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Quanto Mais Quente Melhor

Doces com coração (e umas coisas salgadas pelo meio). Food porn descarado da cozinha (e das viagens) de uma jornalista doceira.

Habemus Santini (e marabunta...)

 

 

 

 

O que fazer no dia em que os gelados Santini se "desmoleculam" da casa-mãe em Cascais e viajam até Lisboa, mais precisamente até ao Chiado, para erigirem um novo templo da gula, do ócio e do vício? Exactamente. Ir até Cascais e provar pela primeira vez os gelados sob uma chuva molha-tolos.

 

Há muitos gelados que vão resgatar memórias de diferentes períodos da minha vida. Mesmo que nunca tenha sido, e continue a não ser, um viciado em gelados. Lembro-me dos gelados da Roma, no Baleal, para os quais corríamos insanos depois da praia. Lembro-me de adorar alguns gelados da Olá e de odiar outros. Lembro-me de gelados que me "salvaram" a vida em situações extremas.

 

Mas os gelados Santini não fazem parte desse fluxo de histórias, episódios e pequenos dramas íntimos. Até à semana passada. A brancura das paredes. A larga bancada de sabores a convidar-nos como uma meretriz policromática. Os sabores fundidos da Marabunta com a Canela (a minha escolha para a estreia) a embrulhar-se num festim para as papilas gustativas (e, eventualmente para o nariz uma vez que nunca aprendi a comer gelados).

 

Agora sim. Habemus Santini, já tenho mais um gelado para incluir na minha memória sentimental de glutão.

 

Not american, but still a pie

Aviso à navegação: Não temos qualquer complexo com a língua portuguesa. Se os títulos dos dois primeiros posts deste blogue estão em inglês foi apenas porque as circunstâncias assim o exigiram. O petisco de que vos vou falar estava mesmo a pedi-las.

 

Como já perceberam pelo layout em anexo, por aqui há gosto pela arte culinária mas há também alguma versão a esse conceito budista designado por «paciência». Há dias em que, por mais que apeteça arregaçar as mangas e fazer tudo para colocar na mesa algo surpreendente, não há paciência para fazer uma massa de raiz.

 

É por isso que foram inventadas as óptimas bases de massa folhada, massa quebrada e por aí fora. Não são caseiras? Não. Mas olhem que disfarçam bem. E servi-me delas há uns dias.

 

Propus-me a fazer uma enorme empada de carne para servir ao almoço e acompanhar com uma salada com cheiro a Verão. O resultado foi este:

 

 

 

 


 

E não tem nada de complicado. Senão vejam:

 


 

- 2 bases redondas de massa folhada (se preferirem outro tipo de massa, atrevam-se)

- 400 gr de carne picada

- Alguns tomates maduros ou uma lata de tomate aos pedaços

- 1 cebola grande

- 1 mão cheia de pickles picados

- 2 ovos cozidos

- sal, pimenta preta, cominhos (ou qualquer outra mistura de ervas ou especiarias que vos despertem os sentidos quando confrontadas com a carne)

- Azeite (cerca de 2 colheres de sopa)

 


 

Agora, mãos na massa (ou não). Começamos então por um refogado com a cebola picada, até ficar dourada. Depois juntamos os tomates aos pedaços e, se não forem muito fãs de acidez, juntem uma colherzinha de açúcar (truque infalível).

 

Depois de um ou dois minutos ao lume, é altura de pôr a carne nesta dança, mexendo bem para não criar aglomerados. Depois de alourada, resta juntar os ovos cozidos aos pedaços, os pickles e os temperos. 20 minutos de lume brando devem ser suficientes para a carne estar cozinhada.

 


 

De seguida, seguimos para a montagem da peça. Uma base de massa folhada em cima de um tabuleiro raso forrado com papel vegetal e o recheio no meio deixando uma margem de segurança para ser possível colocar a massa do topo.

 

Servimo-nos do pincel de cozinha para pincelar as margens com um pouco de água e colocamos a segunda base de massa folhada em cima, colando uma à outra com os dedos e depois pressionando com um garfo para ficar bem presa. Aconselhável é também fazer furos no topo com um garfo para o ar sair durante a cozedura.

 


 

Já bem perto do fim, basta pincelar o topo com um ovo batido e levar ao forno (180º) durante mais ou menos 20/30 minutos até a massa ficar reluzente.

 


 

E porque a relação com os filmes ficou apenas no título do post, é altura de a recuperar. A minha empada gigante fica desde já baptizada como American Pie.

Opening Night

 

Somos dois. Somos jornalistas. Multimédia (a palavra moderna para faz-tudo). Somos, de facto, pau para toda a obra mas gostamos muito quando nos deixam trabalhar sobre cinema.

 
E como acontece a todos, há dias em que nos apetecia mandar a rotina para trás das costas, deixar tudo e dar uma hipótese à nossa segunda vocação. A minha? Cozinhar. A do segundo escriba deste estaminé? Comer.


Não queremos ser a próxima Nigella nem o sucessor de Lourenço Viegas mas no fundo, ingenuamente, acreditamos que o que aqui vamos passar a deixar pode um dia vir a ter mesas, cadeiras, uma cozinha e, com alguma sorte, uma caixa registadora.


Ora, o que vos queremos deixar aqui não é mais do que uma caldeirada de todas as nossas influências. Receitas que compulsivamente uso para manter a minha cara-metade satisfeita com a requintada técnica de sedução pelo estômago, pareceres sobre os simpáticos (ou não tanto) restaurantes que que ali o colega de comidas vai descobrindo, e tudo isto lembrando sempre os filmes que nos fizeram gostar assim tanto de cinema (ou até não). Do belo polvo cru de "Oldboy" ao calórico Royale with cheese (ou Quarter Pounder) de "Pulp Fiction".


Parece estranho? Nós também achamos que sim. Mas como a Web é o mundo das liberdades, ninguém nos condenará pela tentativa nem pela panela na platinada cabeça de Marilyn Monroe ali em cima.

 

Se nos acompanharem ficamos felizes…mesmo que esturriquem uma ou outra coisa aí em casa.