Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Quanto Mais Quente Melhor

Doces com coração (e umas coisas salgadas pelo meio). Food porn descarado da cozinha (e das viagens) de uma jornalista doceira.

Uma colher de pau de 1966

 

O livro foi publicado em 1966 e regressou agora às livrarias num facsímile, tal e qual como era quando foi publicado pela primeira vez. Chama-se «A Colher de Pau» e é um livro de iniciação à cozinha adaptado pela Julia Child portuguesa, a inesquecível Maria de Lourdes Modesto.

 

O livro era destinado a «meninos e meninas» mas é claro que o conceito de iniciação à cozinha nos idos de 1960 era bem diferente do que hoje se pratica. Por essa razão, «A Colher de Pau» servirá bem a muitos adultos.

 

Com separadores internos para as várias competências (sopas, acepipes e entradas, carnes, doces) e uma verdadeira colher de pau colada na capa, o livro é uma pérola retro a não perder. Obrigatório para os que, como nós, ficaram presos no tempo...Presos às receitas das nossas avós que ninguém nos convence não estarem à altura dos cozinhados do século XXI.

Em busca da tarte de banana perdida

 

Há já alguns anos que o trabalho me leva até Espinho em Novembro. O motivo? A romaria Cinanima, o festival de cinema de animação que, por aquelas alturas, põe a terra a mexer. Mas, para muitos, o Cinanima é uma boa desculpa para se comer bem e MUITO barato. A lista de restaurantes competentes é variada mas não há nenhum que supere o nível rústico da Casa Floro.

 

Uma tasca à antiga portuguesa, com naperons e bibelots em todos os cantos. A servir-nos, um senhor cuja atitude se faz daquela simpatia abrupta tão característica dos portugueses. No prato, comida da mais caseira que há, sempre a fumegar, em doses que vão desde os 3 euros e tanto até aos 7/8.

 

Mas a pièce de résistance chega no fim. Numa das salinhas da acolhedora tasca há uma montra que esconde o segredo mais bem guardado da casa. Uma montra que agrupa algumas das melhores sobremesas que quase todos os que por lá passam reconhecem ser das mais inconfundíveis que alguma vez lhes passaram pelo palato. E todos arriscam, como nas melhores sagas aventureiras do cinema, quais Indiana Jones ou Jack T. Coltons à mesa no Norte de Portugal.

 

As sobremesas são da responsabilidade de uma só senhora e ela aconselha os indecisos. À falta de decisão, arranja-se uma mistura de várias.

 

(Quase a chegar ao tema da tarte de banana...)

 

Tudo isto para chegar onde queria. Entre a lista de sobremesas divinas há uma que há uns tempos me assombrava. Uma tarte de banana com leite condensado que eu não sabia se era criação original da chef da casa ou se viria de outras bandas. No regresso a Lisboa, também eu me aventurei numa busca pela receita da dita cuja. E não demorei muito a encontrá-la.

 

Afinal, e para espanto da minha santa ignorância, é sobremesa corriqueira no Reino Unido e chama-se Banoffee Pie. Comeu-se cá em casa este fim-de-semana e houve choradinho por mais...