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Quanto Mais Quente Melhor

Doces com coração (e umas coisas salgadas pelo meio). Food porn descarado da cozinha (e das viagens) de uma jornalista doceira.

Os clássicos de Natal

 

 

Tal como no cinema sabe bem rever anualmente os mais calorosos clássicos de Natal, também na cozinha natalícia há tradições repetentes. Como o carinho com que Judy Garland canta «Have Yourself a Merry Little Christmas» em «Meet Me In St. Louis» ou como o calor de Bing Crosby a cantar «White Christmas» para uma plateia de soldados, precisamente em «Natal Branco», também cá por casa se assumem as tarefas da quadra com todo o coração.

 

Em todas as mesas de Natal é preciso haver fritos. Natal não é Natal sem o dourado das filhozes, dos coscorões ou dos sonhos. E as filhozes, fazêmo-las cá em casa.

 

Herdei a tradição da família do meu mais-que-tudo e já se tornou um hábito anual. O ancião da família faz a massa (dá-lhe porrada à antiga, fórmula infalível para a sua qualidade). Depois, lá vai ela, embrulhada num cobertor para, durante algumas horas ali dormir uma sesta e crescer.

 

É a seguir que entra em campo o resto da família. A fazer lembrar o Charlie Chaplin de «Tempos Modernos», também ali se monta uma cadeia de operários. Um estende, o outro frita, o último reveste as ditas com os obrigatórios açúcar e canela. Terminada a maratona, dá-se cabo de algumas filhozes, ainda quentinhas, com o fumegar de um chá a acompanhar.

 

Mas, na minha mesa de Natal, para além dos tradicionais doces da quadra, há sempre alguns incontornáveis que se foram tornando presença habitual ao longo do tempo e nunca mais desapareceram. O Molotov tem de lá estar, assim como o bolo de chocolate (tão simples e tão único graças a um ingrediente secreto) ou a torta de noz. Assim como «Música no Coração» marca sempre presença em algum canal de televisão por esta altura, mesmo não sendo um filme de Natal.

 

Este ano vou ser vanguardista e atrever-me a colocar coisas novas na mesa. A ver se ninguém se queixa da irreverência.

Presentes com sabor

Não gosto de escolher prendas porque sim. Não gosto daquela sensação de dar o que me fez esperar menos tempo na fila ou o me apareceu à frente dos olhos quando a cabeça já não tinha mais forças para aturar a sede natalícia de prendas de última hora.

 

Também não acho que chocolates ou bebidas sejam prendas menores, desde que escolhidas com a dose certa de carinho.

 

Para este Natal, usei dois recursos preciosos para algumas prendas saborosas. Primeiro, uma banca que caiu do céu e foi parar ao Campo Pequeno. Uma senhora, dona de uma quinta no Algarve, trouxe para a capital os seus licores caseiros, os seus vinagres invulgares e as suas compotas artesanais. Passei, a senhora convenceu-me a provar os licores, e acabei por trazer alguns. Eu, que sempre tinha odiado as provas de licor de poejo, fiquei rendida..ao de poejo e ao de alfarroba.

 

 

Mas, ainda mais sedutores que este licores caseiros são os chocolates da Xocoa, aquela que, sem concorrência à altura, é a melhor chocolataria de Lisboa. Com personalidade, originalidade e uma ligação próxima à cidade que, até nas embalagens dos chocolates está à vista (há uma tablete revestida com uma imagem de um eléctrico).

 

Carota, sim senhores, mas não vale muito mais dar umas notas por chocolates feitos com coração do que por um gadget de última geração vindo de uma fábrica onde os operários vivem infelizes na sua função? Pronto, está bem, o gadget também seria bem-vindo mas estes presentes com sabor são, sem dúvida, mais valiosos.

 

Objectivo para o próximo ano: ter tempo para fazer os meus próprios presentes com sabor.

Quanto mais ácida melhor

Aqui, a máxima deste nosso blogue não se aplica. Não a provemos quanto mais quente melhor, o título que roubámos ao filme de Billy Wilder. Comamo-la, isso sim, quanto mais fresca melhor, quanto mais ácida melhor.

 

É a acidez irremediável que caracteriza a tarte de limão que esta vossa amiga assina. Com aquele ácido de fazer fechar os olhos de quem a prova e não sabe ao que vai. É assim mesmo que ela se quer.

 

 

 

 

Ingrediente base: Limões. E cá em casa nunca há (quase nunca) episódios semelhantes ao que causou a ruptura às personagens de Jennifer Aniston e Vince Vaughn em «Separados de Fresco». Ela pede-lhe para levar para casa doze limões. Ele leva três. O resto é história.

 

Mas o homem cá de casa sabe bem seguir seguir indicações e traz (8 out of ten times) as compras certinhas.

 

Base de massa caseira, amassada com o vigor de tempos antigos. Recheio sem o habitual leite condensado que já ninguém dispensa na tarte de limão. Eu dispenso.

 

Cobertura do mais pomposo merengue, com picos a pedirem para ser arrancados. Uma delícia de amarelo radiante.

Tarde de chuva...cupcakes na mesa

Na quarta-feira foi dia de cupcakes cá por casa. Uma manhã de volta do forno e uma tarde no quente que não enviou convite à chuva e ao frio. Na mesa, isto...

 

 

Um bule de chá ao lado e uns capuccinos salpicados com cacau foram o suficiente para compor o plano. Cara metade e amigos à mesa. Um filme perfeito numa tarde de Outono a saber a Inverno.