Supostamente, a moda dos cupcakes já é conversa de ontem. Os cupcakes e os macarons, em Lisboa, as padarias/pastelarias francesas. Há sempre uma moda culinária qualquer que, em algum momento, está em voga.
Como nos filmes (o de 1971 ou o de 2005, de Tim Burton) também achamos cá em casa, como o pequeno Charlie, que uma fábrica de chocolate pode ser o sítio mais fascinante do mundo. Por isso, tentámos fazer a nossa própria fábrica: um bolo que, à primeira facada, jorra uma fonte de chocolate como que a dizer "sim, vão todos sair lambuzados daqui mas que se lixe".
Chocolate é bom de todas as maneiras: em bolo simples, em pão-de-ló, em bolo com camadas e cobertura...e neste bolo prático de fazer, que dá medalha de outro à(ao) cozinheira(o) em noite em que se precise de impressionar.
Ingredientes:
200 g de açúcar 6 ovos 150 g de manteiga 250 g de chocolate para culinária 50 g de farinha
2 c. sopa de café
Começo por derreter o chocolate em banho-maria, mexendo de vez em quando, e, enquanto a sólida tablete se transforma em ouro líquido, bato as gemas com o açúcar (tiro três colheres de sopa aos 200 gramas de açúcar porque vou precisar delas mais tarde).
Depois de a mistura de gemas e açúcar estar muito bem batida, esbranquiçada e com muito mais volume, junto a manteiga derretida e bato. A isto junto o chocolate que entretanto derreteu. Junto duas colheres de café acabado de fazer, seja de máquina, de cafeteira ou do que calhar.
Agora, é a vez da farinha entrar na festa. Toca a despejar lá para dentro e a envolver tudo até ao último sinal de pó branco ter desaparecido. Café é sempre uma aposta segura para potenciar o sabor do chocolate.
Por último, envolvo, com o maior carinho possível, as claras que bati em castelo com as três colheres de açúcar (lembram-se?).
Falta pôr a mistura numa forma de fundo amovível untada e forrada a papel vegetal e esperar que o forno que já aqueci a 180º faça o resto do trabalho durante mais ou menos uns 20/25 minutos (este que vêem ali em cima devia ter ficado mais uns minutos no quentinho). Deve sair ainda a balançar no meio mas tostadinho por fora. Quando arrefece, continua a lambuzar mas fica mais composto.
Para estes dias cinzentos que troçam da primavera e nos deixam a pensar onde raio anda essa menina, cai bem um bolinho simples de fazer com um cheirinho a terras tropicais (para fantasiarmos com as férias deste ano, o calor e o cheiro a protetor solar). Foi feito em dia de ressaca depois de um casamento, portanto, está assegurado o esforço mínimo.
Fiquem com um bolinho de coco a lembrar parte da dieta alimentar de Brooke Shields e Christopher Atkins em «Lagoa Azul», o filme de 1980.
Ingredientes:
1 e 1/2 chávenas de farinha
1/2 chávena de farinha maizena
1 colher de chá de pó royal
1/2 chávena de óleo
125 g de coco ralado
4 ovos
1 chávena de água quente
1 chávena de leite quente
Batem-se os ovos com o açúcar (até a mistura ficar esbranquiçada), junta-se o óleo e depois as farinhas com o fermento. A água quente entra no fim, altura em que se bate a mistura até estar tudo envolvido. A massa fica um pouco líquida, não é para estranhar.
Unta-se uma forma de buraco com manteiga, polvilha-se com farinha e deita-se a massa, levando depois ao forno pré-aquecido a 180º durante cerca de 35 minutos. Convém ir vendo com o palito se está pronto, eu gosto de o deixar a puxar para o mal cozido.
Assim que o retiramos do forno, devemos regá-lo imediatamente com o leite quente. Colher a colher, para cobrir todos os cantinhos e sem medos de causar uma inundação. Confiem, que vai ficar tudo absorvido depois de frio. Depois de frio, é desenformado.
Nesta altura, para os loucos por coco, podem ainda polvilhar o bolo com coco ralado. Depois, é fazer um cházinho, sentar confortavelmente debaixo da mantinha e provar.
Lá em casa gostamos muito de massas (ele principalmente, porque é coisa que não dá trabalho a comer). E massas são daquelas coisas em que nos podemos aventurar que dificilmente o resultado é mau. Eu gosto disso, de não ter de seguir receita e saber que no fim, pode até não estar espectacular, mas vai pelo menos estar comestível. Porque faço a coisa sempre a olho, perdoem a minha imprecisão com as quantidades. Esta é uma das combinações que faço regularmente: linguini com espargos, bacon e parmesão.
Ingredientes:
Linguini (ou qualquer massa que vos apeteça, diria que um terço do pacote chega)
1 embalagem de tiras de bacon (130 g)
1 molho de espargos verdes
Queijo parmesão ralado na hora q.b.
Azeite q. b.
1 dente de alho
50 ml de natas de soja
1 gema de ovo
Sal
Pimenta
Põe-se água a ferver num tacho para cozer a massa com sal e um fio de azeite. Entretanto, coloca-se um fio de azeite numa frigideira de saltear grande e, quando estiver quente, junta-se o bacon e deixa-se fritar até soltar toda a gordura. Quando a água do outro tacho estiver a ferver, deita-se a massa e coze-se, de acordo, com as instruções da embalagem.
De volta à frigideira, escorremos parte da gordura do bacon, mais ou menos metade, e juntamos o alho, que deixamos fritar durante uns 30 segundos. Junta-se depois os espargos, com o corpo cortado aos pedaços e a cabeça inteira e salteia-se durante uns minutos. Bastam uns cinco, nem tanto, porque queremos que eles fiquem estaladiços. É mais ou menos aqui que devem temperar com sal e pimenta.
Numa tigela pequena misturam-se as natas com a gema de ovo e um pouco de queijo parmesão ralado. Junta-se à massa acabada de cozer à frigideira e salteia-se (para os aventureiros, com aquele virar de pulso que quase a atira ao ar). A mistura deve ficar soltinha, por isso, se for preciso é juntar um pouco da água da cozedura da massa ao preparado.
Por fim, com o lume apagado junta-se a mistura das natas, só até a massa absorver tudo.
Por esta altura, já toda a gente deve estar sentada à mesa com garfo e faca na mão. Primeiro mandamento da massa: ela não espera por ninguém, e se tiver de esperar amua e fica seca.
Terminem com parmesão ralado por cima do prato, de ralador na mesa e tudo, que o self service é um bonito hábito.