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Quanto Mais Quente Melhor

Doces com coração (e umas coisas salgadas pelo meio). Food porn descarado da cozinha (e das viagens) de uma jornalista doceira.

Pavlova com frutos vermelhos e creme de limão

 

Que o extenso nome desta sobremesa não vos assuste. Parece complexa mas não é, só exige algum tempo disponível para fazer baby sitting à pavlova no forno. E, aqui entre nós, se estiverem com pressa também podem comprar suspiros na loja, esmigalhá-los e repartir esta receita por copos.

 

Pavlova vem de Anna Pavlova, a célebre bailarina russa. Mais retro do que esta sobremesa é difícil encontrar mas eu gosto de coisas com cheiro a antigo e, ainda por cima, ela parece estar de novo na moda. Por alguma razão, talvez porque o nome seja uma homenagem a uma bailarina, e porque a minha pavlova tem muito vermelho em cima, nos dias em que tenho vontade de a fazer também fico com uma súbita vontade de ver «Os Sapatos Vermelhos», obra-prima do cinema de Michael Powell e Emeric Pressburger com o glorioso Techicolor que também parece ganhar vida neste doce.

 

Mas porque isto já se está a tornar extenso e um bocadinho a puxar ao geek, vamos ao que interessa.

 

Ingredientes:

4 claras de ovo (de ovos grandes)

1 pitada de sal

1 chávena de açúcar

2 colheres de chá de farinha Maizena

1 colher de chá de vinagre de vinho branco

1/2 colher de chá de extrato de baunilha

1 pacote de natas para bater (200 ml)

1 colher sopa de açúcar

1/2 frasco de Lemon Curd (não me atormento a fazer a receita se comprar o da MacKays, que é muito bom e há em vários supermercados)

Frutos vermelhos a gosto (eu uso amoras, framboesas, mirtilos e morangos)


Primeiro, vamos à base: a pavlova. Pré-aqueço o forno a 180º. Ponho uma folha de papel vegetal num tabuleiro e desenho um círculo no papel (uso uma base de uma tarteira como molde para o círculo). 

 

Começo por separar as claras das gemas (podem sempre usar as gemas noutra receita) e bato-as até estarem firmes. Junto depois a chávena de açúcar e bato até sentir que o açúcar se dissolveu e estar tudo brilhante. A esta mistura junto, envolvendo com cuidado, o vinagre, a farinha maizena peneirada e o extrato de baunilha.

 

Coloco a mistura no meu círculo de papel vegetal com a ajuda de uma espátula. Eu costumo deixar o lado exterior do círculo mais alto do que o centro para ter uma espécie de ninho que no final leva todas as coisas boas em cima. Mas não precisam de ser muito exatos, é bom se ficar meio torto e rústico.

 

Coloco a pavlova no forno e baixo imediatamente a temperatura para 100º. Deixo cozer durante uma hora e meia, altura em que desligo o forno e deixo a pavlova lá ficar dentro mais uma hora. Se tudo correr bem, vai ficar estaladiça por fora e fofinha por dentro.

 

Quando estiver fria, e de preferência, pouco tempo antes de a servir, faço a cobertura. Bato as natas com a colher de açúcar e junto-lhes metade do creme de limão (lemon curd) mas sem misturar completamente. Uso um garfo para criar um efeito de mármore.

 

Espalho esta mistura em cima da pavlova, tendo cuidado para não cair para os lados. De seguida, com uma colher vou deixando cair em fio o resto do creme de limão, da forma que mais gostar. Por fim, coloco em cima os frutos vermelhos.

 

É uma vitória garantida quando é preciso impressionar convidados. A cobertura não tem obrigatoriamente de ser esta e pode variar de acordo com o gosto de quem a escolhe (qualquer fruta serve, com compota em vez de creme de limão também resulta).

 

P.S.: Desculpem a qualidade da foto, não é a melhor mas não tinha a minha máquina à mão na altura.