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Quanto Mais Quente Melhor

Doces com coração (e umas coisas salgadas pelo meio). Food porn descarado da cozinha (e das viagens) de uma jornalista doceira.

Ratatouille e outras coisas boas na Disneyland Paris

Primeiro veio o prato, depois o filme e agora a atração. O Chef roedor mais famoso do mundo já tem direito ao seu cantinho na Disneyland Paris, o primeiro de todos os parques centrados no universo criado por Walt Disney a ter um espaço dedicado ao filme Ratatouille. Por outras andanças que nada têm que ver com este blog, fui em trabalho à abertura oficial da nova "mini-terra" (é o termo convencionado) e porque houve comida de uma ponta à outra da viagem, acho que faz sentido dizer aqui umas coisas.

 

Primeiro, uma pequena descrição da Place de Rémy: Há uma atração que leva os visitantes numa viagem pela cozinha do Chef Gusteau e pelos telhados de Paris, sempre na perspetiva de um rato. Há tecnologia 3D de ponta, cheiros, sensações e a melhor animação do filme numa outra escala. Ao lado, há-de haver uma loja que abrirá lá mais para a frente, mas há já um novo restaurante, o Bistrot Chéz Rémy, onde é servido um menú à la carte inspirado no universo do ratito.

Claro, o ratatouille é o prato que não podia faltar mas há muitas outras coisas para provar, incluindo produtos locais, como o queijo Brie de Meux, ali de pertinho, ou um vinho e um champanhe criados especialmente para serem servidos no restaurante. Também ali nos sentimos do tamanho de um rato. As mesas são feitas à imagem de tampas de frascos de compota e as cadeiras são cópias de rolhas de garrafas de champanhe. Lindinho até não poder mais.

 

Foi um fartote de comida: jantámos a bordo de um barco no Sena, fora da Disneyland, é certo, mas a seguir os passos de Rémy; almoçámos no recém-inaugurado Bistrot, onde nos sentimos como ratos mas comemos que nem gente grande. Terminámos o fim de semana com um brunch na Disney Village com direito a abracinhos a personagens. Que aqui andamos sempre aos abracinhos e isso não tem mal nenhum.

 

 

A Place de Rémy abre ao público a 10 de julho. Passem por lá para se sentirem que nem ratos.

Um castelo de coisas boas

Na semana passada veio o desafio: "Tenho o aniversário do meu filho, é uma data importante, 18 anos, e queria que fizesses o bolo. É para 25 pessoas. Ele gosta de chocolate...mas aquele creme de limão que tu fazes também é tão bom...". E eu: "eh pá, tenho que arranjar uma coisa original que combine isto tudo e que faça justiça ao bom nome do Quanto Mais Quente Melhor".

 

Pensei, remoí, olhei para livros para inspiração e tentei arranjar combinações de massas, recheios e decorações que pudessem resultar num bolo à altura do pedido. E a coisa correu bem.

 

 

Apanhei vários bolos decorados com bolinhas de chocolate (os nossos Maltesers, quem não gosta que levante a mão e se vá embora) e decidi que eram um bom ponto de partida para montar o resto.

 

Por dentro, acabámos por ter bolo de chocolate embebido em calda de Limoncello. Tinha lá uma garrafa de Limoncello em casa e um bocadinho de licor numa calda de açúcar nunca fez mal a ninguém. O recheio e a cobertura ficaram-se por um creme absolutamente pecaminoso de mascarpone e lemon curd e, por fora, lá se compuseram as ditas bolinhas. Parece um castelozinho de pornografia culinária.

 

A "encomendadora" gostou e eu sou capaz de repetir a receita para outras encomendas de aniversário. Se quiserem esta e outras, já sabem, façam o vosso pedido através do e-mail quantomaisquentemelhor1@gmail.com

 

E espreitem a nossa ementa aqui.

Bolo de Maçã Sueco

Perguntem-me porque se chama Bolo de Maçã Sueco. "Porque se chama bolo de maçã sueco, Inês?". O bolo de maçã é aparentemente uma receita muito presente nas mesas suecas. Tradicionalmente acompanhado com molho de baunilha, há muitas versões da guloseima. Não há um, há uma série deles, o que, logo à partida, enfraquece o estatuto do que deverá ser um "verdadeiro bolo de maçã sueco". Mas isso, na verdade, não importa para nada.

 

É um bom bolo para acompanhar um café ou um chá, aqui numa adaptação da versão que encontrei no livro "Cake", de Rachel Allen, aquela senhora loura irlandesa que está sempre a fazer bolos num programa do 24Kitchen e que repete a palavra "adore" umas cinquenta vezes por programa.

 

 

Ingredientes:

3 maçãs Granny Smith grandes (podem usar outro tipo de maçã, eu gosto sempre de usar estas em sobremesas)

250 g farinha

2 c. chá de fermento em pó

1 c. chá de canela

150 g de açúcar

150 g de manteiga

3 ovos

 

(para a cobertura)

25 g de manteiga

3 c. sopa de açúcar

1 c. chá de canela

...ou...

1 c. sopa de compota de alperce ou maçã derretida com um pouco de água

 

Aqueçam o forno a 160º/180º. Untem uma forma de 23/25 cm e forrem o fundo com papel vegetal (usem uma forma de mola, com fundo amovível).

 

Descasquem e descarocem as maçãs. Cortem duas em cubos de 1 cm e fatiem uma delas em fatias finas. Reservem as maçãs num tigela e reguem-nas com umas gotas de sumo de limão, para não oxidarem.

 

Peneirem a farinha, o fermento e a canela para uma tigela grande, juntem o açúcar e misturem. A este preparado seco, juntem as duas maçãs cortadas em cubos, a manteiga derretida e os ovos. Batam com uma colher de pau até estar tudo bem envolvido.

 

Ponham a massa na forma, alisando o topo para ficar direitinho, e, por cima, disponham as fatias finas de maçã numa espiral, começando de fora e terminando no centro. Levem ao forno durante 45/50 minutos, até estar bem douradinho e um palito inserido no centro sair limpo.

 

A receita original usa a cobertura que vos vou explicar como fazer já de seguida mas eu prefiro simplesmente derreter um pouco de compota com um bocadinho de água e pincelá-la no topo do bolo.

 

Se quiserem usar a cobertura original, aqui vai: derretam a manteiga num tacho, juntem o açúcar e mexam até estar completamete dissolvido. Juntem depois a canela, mexam e retirem do lume. Podem fazer isto enquanto o bolo coze.

 

Voltando ao bolo...Depois de sair do forno, deixem que arrefeça durante cerca de dez minutos e só depois devem desenformar. Passem uma faca nos lados da forma, para garantir que nada está agarrado, abram a mola da forma e passem o bolo para um prato de servir.

 

Para acabar, reguem com o molho de manteiga e canela (que podem ter de reaquecer, se já estiver à espera há muito tempo) ou pincelem com a compota derretida.

 

Não sejam gulosos, deixem que fique frio para depois atacarem.