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Quanto Mais Quente Melhor

Doces com coração (e umas coisas salgadas pelo meio). Food porn descarado da cozinha (e das viagens) de uma jornalista doceira.

Pão-Bolo de Limão com cobertura de luxo

Isto não é bem um pão mas também não é bem um bolo. Tem o melhor de dois mundos e só não pode ser barrado com manteiga porque já tem demasiadas coisas boas a acontecer no seu interior. A receita vem da Hummingbird Bakery, uma pastelaria londrina com as coisas mais pecaminosas e cuidadosamente apresentadas que possam imaginar. Tenho dois livros da dita cuja e tudo o que lá vem dentro é delicioso.

 

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Ingredientes:

(Para a massa)

75ml leite morno
60ml água morna

1/2 c. chá de sal

50 g de açúcar

1 saqueta de fermento para pão

400 g de farinha (mais alguma para amassar e estender)

55 g manteiga derretida

2 ovos grandes, batidos

1 c. chá de extrato de baunilha

 

(Para o recheio)

60g manteiga derretida

100 g de açúcar

Raspa de 3 limões

 

(Para a cobertura)

90 g de queijo-creme (Philadelphia)

40 g açúcar em pó

1 c. sopa de leite

1 c. sopa de sumo de limão

Raspa de meio limão mas alguma para decorar

 

Para começar, untem uma forma de bolo inglês e polvilhem-na com farinha. Eu fiz isto e, para além disso, forrei-a com um papel de pastelaria forte que serviu depois de embalagem para o pão-bolo.

 

Envolvam num recipiente para líquidos o leite morno, a água, o sal, uma colher de chá do açúcar e o fermento. Reservem durante cerca de 30 minutos até o fermento ter criado espuma no topo da mistura.

 

Numa tigela, misturem a farinha e o açúcar que restou e façam uma covinha no centro. Adicionem os ovos e a manteiga derretida à mistura de fermento e depois deitem o preparado para a covinha na farinha. Vão envolvendo com uma colher de pau até se formar uma massa e, quando estiver suficientemente homogénea para se trabalhar com as mãos, deitem-na numa superfície polvilhada com farinha e amassem-na por mais ou menos 5 minutos, até estar bem ligada. Vai ser preciso adicionar mais alguma farinha até a massa ter a consistência certa.

 

Coloquem nesta altura a massa numa tigela e cubram-na com película aderente. Deixem fermentar por mais ou menos 45 minutos / 1 hora ou até a massa ter duplicado de volume.

 

Enquanto a massa fermenta, façam o recheio. Batam a manteiga derretida com o açúcar e a raspa de limão e reservem.

 

Depois de passado o tempo de fermentação, voltem a pôr a massa numa superfície enfarinhada e estendam-na num rectângulo grande. Cortem-na, com uma faca afiada, em quatro tiras iguais e barrem cada uma das tiras com a mistura de limão, açúcar e manteiga. Depois, empilhem as tiras (lado barrado sempre no topo) e cortem esta mistura em seis quadrados iguais. Aconcheguem agora cada um dos quadrados na forma de bolo inglês,  lado a lado até encher a forma, com o lado cortado voltado para cima. Tapem a forma com película aderente e deixem a massa crescer durante mais uns 30/40 minutos.

 

A meio deste tempo, aqueçam o forno a 170º. Passados o tempo de repouso, levem o bolo-pão ao forno durante uns 30/35 minutos, até estar bem tostadinho no topo.

 

Durante o tempo de cozedura, podem avançar com a cobertura. Misturem o queijo-creme, o açúcar em pó, o sumo e a raspa de limão e o leite, até estar tudo bem suave. Quando o bolo sair do forno, deixem arrefecer durante uns dez minutos e espalhem depois pelo topo esta cobertura, terminando com alguns pedaços de raspa de limão para lhe dar um ar ainda mais pomposo.

 

Aguentem a gula durante uma meia hora para não ficarem com dores de barriga e depois desenformem, cortem fatias generosas e lambuzem-se. Até o Sherlock ficou tentado...

 

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Os bolos mais fofinhos da fofosfera

Dei de caras com este blog num zapping culinário pela web. Não sou de todo anti-moda do cake design mas não é aquilo que me mexe com o coração. Sou mais moça para foodporn saboroso e rústico do que para bonequinhos bonitinhos em pasta de açúcar (mas tiro o chapéu a quem pratica a arte).

 

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Ora trabalho com creme de manteiga e saco de pasteleiro já é algo que me agrada mais. E estes bolos da Coco Cake Land são a coisa mais linda que me passou pelos olhos nos últimos tempos. É como se os livros da Planeta Tangerina tivessem ganhado vida em forma de bolo.

 

A Lindsay, a autora, é uma pasteleira autodidata canadiana que se dedica a tempo inteiro ao blog. Aceita encomendas mas muito poucas e passa mais tempo a explicar a quem quer aprender como faz os seus bolos.

 

Um dia destes - um dia de tempo e paciência - faço um bicharoco fofo em bolo.

 

Bolo preferido para mim que sou geek destas coisas: Totoro.

Bolo de chocolate e manteiga de amendoim hardcore

Se é preciso fazer um bolo de aniversário, eu gosto de me esmerar. Esta coisa inenarrável nasceu de um casamento de ingredientes que está no meu top 10: chocolate e manteiga de amendoim.

 

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Por dentro, bolo de chocolate húmido e não muito doce. O recheio e a cobertura? Um creme luxuoso (e não muito enjoativo, que eu cá não sou dessas) de manteiga de amendoim. E a terminar, uma ganache de chocolate negro coberta com uns salpicos de sal (sim, que o sal faz toda a diferença).

 

Sopraram-se as velas e não sobrou muito para contar a história. Esta receita fica, por enquanto, no segredo dos deuses. É que acho que tem gabarito suficiente para poder passar a constar da nossa ementa de encomendas gulosas.

Há tartes...e tartes

Se forem tão fãs de tartes como eu, esta lista do Buzzfeed vai animar o vosso dia cinzento.

 

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Havendo um bocadinho de tempo entre mãos, fazer uma tarte de raiz (sem batota com massa pré-comprada) pode ser uma conquista culinária para recordar. Com base e topo ou só com base, há sempre maneira de dar um toque pessoal à fiel amiga.

 

Espreitem as sugestões do Buzzfeed e atrevam-se a experimentá-las (ou a arriscar outras que vos apeteça usar).

Chili branco (só para variar)

Apreciadores de chili, já têm desculpa para comer a vossa iguaria preferida mais vezes sem enjoar.

 

Este chili branco é uma forma original (e menos pesada) de fugir à receita tradicional de chili com carne de vaca picada e feijão encarnado. O nível de picante pode ser controlado à vontade do freguês, que eu não vos obrigo a lacrimejar.

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Ingredientes (para três pessoas):

1 cebola

2 dentes de alho

1 peito de frango grande (sem pele e sem osso) cortado aos cubinhos

1 lata grande de feijão branco (das de 845 gr)

1 cubo de caldo de galinha (usei Knorr Natura mas se tiverem caldo de galinha caseiro, melhor)

50 ml de natas de soja

1 malagueta verde

1 fio de azeite

1 c. chá de cominhos em pó

1 pitada de paprika

1/4 chávena de coentros picados

Sal e pimenta q.b.

 

Num tacho pesado, coloquem o fio de azeite a aquecer. Quando estiver quente, juntem a cebola e os dentes de alho picados e deixem alourar. A esta mistura juntem a malagueta bem picada (com as sementes retiradas, se quiserem um picante mais modesto) e metade dos coentros. Mexam e encostem este preparado a um lado do tacho.

 

Temperem o frango com sal e pimenta a gosto e coloquem-no a alourar no lado disponível do tacho. Enquanto o douram, salpiquem-no com a paprika e os cominhos. Assim que o frango estiver douradinho de todos os lados (não queremos que cozinhe completamente, só que fique dourado).

 

Retirem o feijão da lata, lavem-no bem e escorram-no. Atirem-no para a festa no tacho e envolvam bem tudo.

 

Cubram o feijão com água acabada de ferver, só mesmo até cobrir o feijão senão ficam com sopa, e juntem o caldo de galinha, mexendo até que ele derreta. Finalmente, juntem as natas de soja e mexam novamente.

 

Cubram o tacho e deixem cozinhar em lume brando por 10/15 minutos, até que parte do feijão se comece a desfazer, contaminando o líquido com o seu puré e transformando este manjar num mar cremoso. Retifiquem os temperos e, se estiver tudo fino, retirem do lume.

 

Quando servirem, salpiquem com o resto dos coentros picados e comam uma tigela fumegante à colherada.

Adoçar a boca, de norte da sul do país

Para quem gosta destas coisas da comida, este belo livrinho é uma prenda jeitosa para o Natal que começa a aproximar-se. Eu passei por ele e não consegui esperar até que alguém mo oferecesse.

 

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"Doces da nossa vida - Segredos e maravilhas da doçaria tradicional portuguesa" tem muita História e muitas histórias sobre a nossa doçaria conventual e popular (sim, que o seu ator, Virgílio Nogueiro Gomes, faz bem a distinção entre o que nasceu ou não nos conventos). E tem muitas receitas de todos esses doces que crescemos a comer, uns mais do que outros, dependendo do sítio do país onde crescemos.

 

Vou acabar de devorar as histórias para depois, esperemos, devorar alguns dos doces na mesa deste Natal. Devorem vocês também.

Lanche de domingo

Ontem houve reunião familiar lá em casa, oportunidade sempre segura para experimentar novas coisas boas e arriscar na cozinha. Sete pessoas à mesa são cobaias suficientes para abusar nos cozinhados.

 

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 Aquele que já se tornou um clássico dos lanches com o selo Quanto Mais Quente Melhor não podia faltar. O nosso Pão Doce Especial é sempre uma aposta segura para acompanhar um cházinho.

 

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Depois, houve uma tentativa (sim, uma tentativa, que é preciso assumir quando a coisa não sai perfeita) de levar para a mesa pampilhos. No fundo, sabia que o doce ribatejano de que vos falei há pouco tempo não ia sair com o original. A verdade é que sobraram muito poucos e não houve queixas (não havia ribatejanos na mesa, convém pesar esse fator). Não lhes chamaria pampilhos, talvez antes biscoitos amanteigados com recheio de ovos e canela e, nesse papel, saíram-se muito bem.

 

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Mas aquilo que impressionou verdadeiramente os comensais, e basta olhar para a imagem para ver como é fácil impressionar com este docinho, foi uma receita nova de Bolo Bundt de Chocolate que testei nas minhas cobaias.

 

É tão bom como a fotografia promete e eu prometo a receita aqui em breve.