Antes que se perguntem (e porque o tema anda na ordem do dia), se alguém me pagou para falar sobre Nutella neste post, não pagaram. Zero. Nem um tostão. Mas é preciso falar-se de coisas boas e Nutella, para 99,9% da população mundial, encaixa nessa categoria.
No que aos cremes de chocolate diz respeito, a minha infância sabe a Tulicreme (de novo, nem um tostão), não a Nutella. Só me lembro de provar Nutella mais tarde, já na adolescência. O primeiro é de qualidade duvidosa mas saber-me-á sempre como se fosse feito com o melhor chocolate belga, a nostalgia tem destas coisas. O segundo, mistura chocolate com avelã e faz uma aparição no interior dos melhores bonbons que me podem dar no Natal, os Ferrero Rocher (nope, não recebi qualquer remuneração). E só isso já diz muito do bom que é.
Esta receita pode também ser feita com chocolate à séria, com 70% de cacau, mas Nutella encurta o processo e sabe muito, muito bem.
A massa rouba um bocadito de tempo mas vale a pena o investimento. Toda a gente se vai lambuzar.
Ingredientes:
250 gr. de farinha e mais alguma para polvilhar
120 ml de leite
50 gr + 1 c. chá de açúcar
45 gr. de manteiga amolecida (não derretida)
1 colher e meia de chá de fermento de padeiro granulado e instantâneo
1 ovo grande + 1 para pincelar
1/2 c. de chá de sal
(Para o recheio)
300 gr. de Nutella
Comecem por aquecer o leite com a colher de açúcar no microondas até que fique morno (não a ferver). Retirem-no e juntem o fermento. Esperem uns 10 minutos até que comece a formar-se uma espécie de espuma no topo.
Se quiserem facilitar o processo e tiverem máquina de fazer pão, usem-na para fazer a massa. Coloquem os ingredientes por esta ordem na cuba: mistura de leite com fermento, ovo previamente batido com o açúcar, farinha, sal e manteiga. Iniciem o programa de "Massa" e aguardem que termine.
Se quiserem fazer a massa à mão, coloquem a farinha e o sal numa tigela grande. À parte juntem o ovo previamente batido com o açúcar à mistura de leite e fermento. Adicionem esta mistura líquida à farinha e ao sal e mexam. Juntem depois a manteiga e mexam até estar tudo incorporado. Depois, é tempo de meter a mão na massa. Amassem durante uns dez minutos. A massa é pegajosa, por isso, é melhor fazerem isto à mão dentro da tigela ou então com uma batedeira.
Depois de amassarem, cubram a massa com um pano e deixem que levede por uma hora num sítio quentinho.
Nesta altura, tendo feito a massa à mão ou na máquina, estamos no mesmo ponto.
Coloquem uma folha de papel vegetal grande em cima da pedra da vossa cozinha e polvilhem-na com farinha. Atirem lá para cima a massa e estendam-na com um rolo da massa enfarinhado até terem um rectângulo bem grande e fininho. Nesta altura, deixem a massa descansar mais uns 10 minutos.
Enquanto isso, aqueçam o forno a 180º.
Espalhem a Nutella uniformemente por cima do rectângulo com uma espátula, deixando umas pequenas margens de segurança. De seguida, enrolem a massa como se fosse uma torta, a partir do lado mais pequeno do rectângulo. Se a massa estiver a pegar-se à folha de papel vegetal, recorram à ajuda de um Salazar, de uma espátula ou de um raspador de massa para fazer o rolo. Lembrem-se, podem fazer isto devagarinho, é preciso é que fique bem feito e apertado.
Quando chegarem ao fim, cortem o rolo com uma faca enfarinhada em 12 pedaços iguais. Entretanto, untem com manteiga uma forma para muffins com doze buracos e coloquem cada um dos pedaços de massa nos orifícios, espirais de Nutella viradas para o fundo e para o topo.
Pincelem o topo dos vossos pãezinhos com ovo batido com um pouco de água e levem ao forno durante 15 a 20 minutos, até que tenham crescido e estejam bem dourados no topo. Salpiquem o fundo do vosso forno com um pouco de água no momento em que colocarem o tabuleiro lá dentro, para garantir que os pães crescem o máximo possível.
Retirem do forno, deixem arrefecer completamente, desenformem com cuidado e devorem. Aposto que não vão conseguir comer só um.
Estão a ver aquela sensação de trincar um pedaço de bolo de chocolate denso, rico, suave como seda e com um topo ligeiramente crocante? Agora imaginem isso numa versão com chocolate branco e desmaiem.
Este bolo engana. Parece, à primeira vista, um pão de ló corriqueiro mas ao primeiro corte da faca e à primeira dentada se percebe que é algo completamente diferente. O sabor e a textura do chocolate branco derretido sobressaem e a amêndoa moída dá à massa ainda mais cremosidade.
Sirvam na companhia de framboesas ou de um gelado de frutos vermelhos para uma experiência ainda mais épica.
Ingredientes:
140 gr. de chocolate branco
115 gr. de manteiga (à temperatura ambiente)
140 gr. de açúcar
85 gr. de farinha com fermento
35 gr. de amêndoa moída
4 ovos
1 c. chá de extrato ou pasta de baunilha
Açúcar em pó para polvilhar
Comecem por aquecer o forno a 180º e por untar com manteiga e forrar com papel vegetal uma forma redonda de fundo amovível.
Partam o chocolate em pedaços e derretam em banho maria. Enquanto isso, batam a manteiga com metade do açúcar (70 gramas) até terem uma mistura cremosa e fofinha. Entretanto o chocolate já deverá ter derretido. Retirem-no do lume e deixem que arrefeça por alguns minutos.
Separem as gemas das claras e juntem as gemas ao preparado de açúcar e manteiga, uma a uma, batendo sempre entre cada adição. Adicionem o extrato de baunilha e o chocolate derretido e batam até estar tudo ligado. De seguida, é tempo de juntar a farinha e amêndoa moída e envolver (não batam muito) até obterem uma massa homogénea.
À parte, batam as claras em castelo. Quando estiverem firmes, juntem aos poucos o restante açúcar (70 gramas) e batam bem até obterem um merengue firme e brilhante.
Envolvam as claras na massa, sem bater muito para não perderem ar.
Coloquem a massa na forma e levem ao forno durante 30 a 35 minutos, até um palito sair limpo. Se o bolo começar a ficar com o topo muito escuro a meio da cozedura, tapem a forma com folha de alumínio.
Retirem do forno, deixem que arrefeça uns quinze a vinte minutos, passem uma faca pelos lados do bolo para garantir que está solto e desenformem-no. Polvilhem com açúcar em pó para um efeito mais pomposo e sirvam depois de frio.
Eu sei que o tempo quente não pede receitas que exijam forno. Eu sei. Mas fazer esta focaccia é simples, recompensador (quem não se sente vitorioso ao ver um pão caseiro sair do seu forno que atire a primeira pedra) e dá-nos material delicioso para acompanhar uma sopa ou uma salada. Ou para comer só assim, só porque somos gulosos por pão.
Fiz a minha com uma combinação básica, colocando alecrim e flor de sal no topo. Claro que podem juntar outras coisas boas à vossa: tomate seco ou umas lascas de parmesão vão certamente bem com este pão italiano.
Ingredientes:
500 gr de farinha sem fermento (tipo 65)
2 c. chá de fermento de padeiro seco (do instantâneo, ou seja, aquele que não precisa de ser ativado em água quente e é só juntar à farinha)
2 c. chá de sal
80 ml de azeite + 1 fio generoso para cobrir o pão no final
250 ml de água quente (tépida, não a ferver)
2 ou 3 raminhos de alecrim
1 pitada generosa de flor de sal
Comecem por colocar a farinha, o sal e o fermento numa tigela (o sal de um lado e o fermento na outra ponta, que muito perto um mata o outro). A isto adicionem a água quente e o azeite e mexam com uma colher de pau até a massa começar a ficar ligada.
Depois, retirem da tigela e comecem a amassar com as mãos, esticando, virando, enrolando e esmurrando durante uns dez minutos. Está pronta quando pressionarem a massa com a ponta de um dedo e ela voltar quase à forma inicial.
Formem uma bola com a vossa massa, coloquem-na num tabuleiro rectangular polvilhado com farinha e, com os dedos, estiquem a massa até que ocupe quase todo o tabuleiro.
Cubram com película aderente e deixem que levede durante mais ou menos uma hora num sítio quentinho.
Terminado este tempo, aqueçam o forno a 200º. Destapem a massa e, com o dedo indicador, façam pequenos buracos na massa, pressionando até sentirem o tabuleiro. Em cada buraquinho, coloquem umas folhinhas de alecrim.
Salpiquem toda a massa com flor de sal e levem ao forno durante 30 a 40 minutos, até que o topo esteja dourado e o fundo se solte facilmente do tabuleiro.
Retirem do forno e deitem por cima um fio generoso de azeite. Comam quente ou fria, cortada aos pedaços ou partida à mão no meio de um piquenique. E se forem muito gulosos, molhem a vossa fatia em mais azeite ainda na hora de comer.
Sou uma espargófila convicta, mais aficcionada dos verdes do que dos brancos. Gosto deles salteados, cozidos a vapor, em tartes, em tudo o que possa fazer sentido. Mas nesta tarte, mesmo quem não gosta muito deles vai tornar-se fã.
Fiz esta receita numa forma rectangular pipi mas podem fazê-la em qualquer tarteira que tenham em casa.
Ingredientes:
1 base de massa folhada congelada
1 molho de espargos
3 ovos
1 pacote de natas de soja light
150 gr de queijo da ilha ralado
Sal, pimenta e noz moscada q.b.
Comecem por deixar descongelar a massa folhada à temperatura ambiente durante 20/30 minutos. Estendam a massa à medida da forma e forrem-na com cuidado. Piquem a massa com um garfo e coloquem-na no frigorífico enquanto fazem o recheio.
Aqueçam o forno a 175º.
Arranjem os espargos, cortando as extremidades (se tentarem dobrar o espargo, ele parte pelo sítio adequado mas também podem cortar as pontas com uma faca) e ponham-nos um bocadinho à espera.
Numa tigela, batam os 3 ovos com as natas de soja e adicionem 100 gr do queijo ralado. Temperem a mistura com sal, pimenta e noz moscada.
Tempo de retirar a massa do frigorífico. Deitem o recheio líquido para dentro da tarteira e arrumem por cima, em fila indiana, os espargos.
Polvilhem o resto do queijo da ilha no topo da tarte e levem ao forno durante uns 40/45 minutos ou até estar bem douradinha por cima.
Retirem, deixem arrefecer até estar morna e comam fatias generosas acompanhadas de uma salada. Um almoço perfeito, não acham?