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Quanto Mais Quente Melhor

Doces com coração (e umas coisas salgadas pelo meio). Food porn descarado da cozinha (e das viagens) de uma jornalista doceira.

Folar (sem os ovos cozidos que só servem para chatear)

Sou fã de pão doce (folares, regueifas e seus parentes). Este pão doce tornou-se de tal forma um favorito lá de casa e dos amigos que passou a estar recorrentemente na minha mesa ...na Páscoa e no resto do ano.
 

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Uma coisa que nunca encaixou comigo foi o porquê de se meter ovos cozidos nos folares. Sim senhores, o efeito é bonito e de certeza que a ideia tem uma origem qualquer digna de manter a tradição, mas não servem para grande coisa e só chateiam quando é preciso abrir caminho entre eles para conseguir comer um pedaço do desejado manjar pascal. O meu folar não tem cá nada disso. Se por isso perder o estatuto de folar, não importa.

 

A receita não exige muito trabalho, especialmente se tiverem uma máquina de fazer pão para ajudar a amassar e levedar. As instruções vão para esses sortudos como eu, mas para quem quiser fazer à mão também é possível (passos no final).

 

Ingredientes:

250ml de leite quentinho (não a ferver, senão mata o fermento)
1 saqueta (2 colheres de chá) de fermento seco rápido
1 ovo
110g de açúcar
570g de farinha sem fermento (Tipo 65)
1 colher de café de erva-doce em pó
1 colher de café de canela em pó
100g de manteiga derretida

1 gema de ovo para pincelar

 

Coloquem na cuba da máquina os ingredientes pela seguinte ordem: leite, fermento, ovo, açúcar, farinha, erva-doce, canela e manteiga. Liguem a máquina no programa "Massa" e deixem seguir até ao fim (leveda e tudo). 

 

 

Tirem a massa e separem um bocadinho (do tamanho de um pequeno pãozinho) para decorar com uma cruz.

 

Numa superfície polvilhada com farinha moldem o folar num formato redondo, enrolando para baixo as pontas menos perfeitas. Com o pedaço de massa que retiraram façam dois rolinhos e coloquem-nos em cima numa cruz, pressionando bem as pontas em cima do folar para não se soltarem.

 

Estamos quase a acabar. Coloquem o vosso folar num tabuleiro forrado com papel vegetal e pincelem com gema de ovo batida com um bocadinho de água. Polvilhem generosamente com açúcar e levem ao forno a 180º por mais ou menos 40 minutos.

 

 

À mão: Coloquem numa tigela grande a manteiga, o açúcar, o ovo e bater. Juntem a canela e a erva-doce, o fermento e o leite. Batam tudo e juntem depois a farinha (podem fazer isto com uma colher de pau ou com uma batedeira com ganchos fortes). Deixem levedar a massa, tapadinha e aconchegada com um pano, mais ou menos 1h30 ou até o volume duplicar.

 

E pronto, agora é comer assim mesmo ou com manteiga a escorrer pelos lados.

Sericaia com calda de ameixa e canela

Lembro-me de, em miúda, ir a Elvas com os meus pais e trazer sempre de volta um sericaia. Vinha no tradicional prato de barro, enrolado em papel pardo e atado com um cordel. Não durava nem uma tarde lá em casa, sumia-se num ápice. 

 

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Rapidamente percebi que era fácil reproduzir a receita em casa (também ainda em miúda). E com os pratos de barro que já lá andavam a rebolar nos armários, nem precisava de o cozer num pirex sem graça. Em casa, nunca o comíamos com as típicas ameixas em calda. Na verdade, sempre gostei mais da calda que vinha com as ameixas do que das próprias das ameixas.

 

Voltei ao sericaia mas, desta vez, fiz uma calda mais armada aos cucos para o acompanhar. Nada de ameixas inteiras, só uma overdose de canela.

 

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Ingredientes:

6 ovos

500 ml de leite

250 gr. de açúcar louro (o açúcar louro dá um sabor mais acentuado mas também podem fazer com açúcar branco)

6 c. sopa de farinha

1 c. chá de fermento em pó

2 paus de canela

Casca de um limão às tiras

(para a calda)

3 c. sopa de compota de ameixa

4 c. sopa de água

1 pau de canela

 

Comecem por untar com manteiga o prato de barro (se não tiverem um prato redondo grande de barro, podem fazer num pirex) e polvilhem-no com canela. Aqueci o forno a 180º.

 

Num tacho, levem ao lume o leite com os paus de canela e a casca de limão até que comece a ferver. Apaguem o lume e deixem que os sabores do limão e da canela se misturem com o leite enquanto preparam o resto da receita.

 

Separem as gemas das claras. Aos poucos, juntem às gemas o açúcar e batam até estar tudo ligado. Adicionem o fermento e, colher a colher, a farinha, misturando bem.

 

Retirem as cascas de limão e os paus de canela do leite e temperem o preparado de gemas com parte do leite morno (que é como quem diz, juntem um bocado do leite à mistura de gemas e mexam). Juntem ao tacho com o resto do leite o preparado das gemas, envolvam bem e levem de novo ao lume até engrossar. Façam isto com o lume no mínimo e mexendo sempre para não pegar ao fundo. O creme deve ficar com uma consistência semelhante à do creme de pasteleiro. Retirem a mistura do tacho e deixem-na a arrefecer um pouco numa tigela.

 

À parte, batam as claras em castelo e adicionem-nas com cuidado ao preparado anterior. Não batam muito para não perderem o ar.

 

Coloquem a massa no prato de barro, polvilhem com canela e levem ao forno durante mais ou menos 30 minutos. Retirem quando estiver bem douradinho por cima e já não abanar no centro.

 

Façam depois a calda: levem a compota, a água e o pau de canela ao lume e misturem tudo bem até ferver. Retirem do fogão e deixem que arrefeça.

 

Sirvam fatias generosas com a calda a escorrer por cima.

Bolo de cenoura com cobertura de chocolate

Este bolo não é a invenção da pólvora. Muitos de vocês já terão feito uma versão deste docinho em casa. Eu já o fiz de várias formas: com a cenoura crua ralada, cozendo a cenoura e depois transformando-a em puré mas esta versão, em que a cenoura é triturada num liquidificador, é, de longe, a que dá o melhor bolo.

 

O bolo é denso mas não é pesado, a cobertura é doce mas não em demasia. Uma combinação perfeita de dois amigos improváveis.

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Ingredientes:

300 gr. de cenoura crua (descascada e cortada em pedaços)

4 ovos

1 chávena de óleo

2 chávenas de farinha

2 chávenas de açúcar

1 c. chá de fermento

 

(Para a cobertura)

200 gr. de chocolate em pó

75 gr. de manteiga

8 c. sopa de leite

 

Comecem por aquecer o forno a 180º e por untar com manteiga e polvilhar com farinha uma forma (usei uma forma bundt mas podem usar uma forma redonda).

 

Separem as claras das gemas dos ovos. No liquidificador, triturem a cenoura com o açúcar, o óleo e as gemas de ovos até obterem um puré homogéneo.

 

Aos poucos, juntem a farinha e o fermento a este puré, envolvendo bem até não restarem vestígios da farinha.

 

Finalmente, batam as claras em castelo e envolvam-nas com cuidado no preparado anterior.

 

Deitem a massa na forma e levem ao forno durante 35 a 45 minutos, até o palito sair limpo. Se o bolo começar a ficar muito escuro no topo antes de estar cozido, tapem a forma com papel de alumínio.

 

Enquanto o bolo coze, preparem a cobertura: derretam a manteiga num tacho e, quando estiver líquida, juntem o chocolate em pó e o leite. Mexam com uma vara de arames até estar tudo misturado. Retirem do lume assim que começar a borbulhar.

 

Desenformem o bolo quando sair do forno e deitem por cima a cobertura. Espalhem com uma espátula para que escorra pelos lados do bolo.

 

Tenham a paciência para esperar até que arrefeça e depois lambuzem-se que nem gente grande.