Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Quanto Mais Quente Melhor

Doces com coração (e umas coisas salgadas pelo meio). Food porn descarado da cozinha (e das viagens) de uma jornalista doceira.

Bolo de banana caramelizada e flor de laranjeira

Uma camada de banana vestida de caramelo a escorrer pelos lados do bolo e uma massa fofinha com aroma de flor de laranjeira. Este bolo é uma experiência perfeita para a hora do lanche e vai garantidamente impressionar.

 

Por cá, é costume fazer-se o bolo de ananás ao contrário mas a verdade é que é possível fazer outras versões e usar outras frutas a partir de uma receita de pão de ló e de uma forma com caramelo a forrar o fundo.

 

Este bolo de banana come-se muito no Brasil. A minha versão sobe mais um degrau, com a adição de água de flor de laranjeira à massa do bolo.

11025205_827652703976957_2729553171815978501_n.jpg

 Ingredientes:

(Para forrar o fundo da forma)

1 chávena e meia de açúcar

água q.b.

15 gr. de manteiga com sal

4 a 5 bananas maduras

 

(Para o bolo)

240 gr. de farinha

90 gr. de amido de milho (farinha maizena)

1 c. sopa de fermento em pó

4 ovos grandes

55 gr. de manteiga com sal

200 gr. de açúcar

200 ml. de leite

1 c. sopa de água de flor de laranjeira (opcional)

 

Comecemos pelo caramelo. Coloquem uma chávena e meia de açúcar dentro da vossa forma redonda (24 cm é o tamanho perfeito) e cubram com água (só mesmo a suficiente para cobrir o açúcar). Acendam o lume e coloquem a forma diretamente no bico do fogão. Deixem ferver até que o açúcar se transforme num caramelo dourado escuro.

 

Retirem do lume e, muito rapidamente, juntem os 15 gramas de manteiga, enquanto fazem movimentos circulares com a forma para que a manteiga derreta e o caramelo fique espalhado de uniformemente na base e nos lados da forma.

 

Cortem as bananas às rodelas e coloquem-nas em cima do caramelo, o mais arrumadinhas possível, começando por fora e terminando no centro.

 

A vossa forma está pronta. Liguem o forno e aqueçam-no a 175º. Vamos à massa.

 

Peneirem a farinha, o amido de milho e o fermento em pó para um recipiente e coloquem-no de parte.

 

Batam noutra tigela as gemas com o açúcar até obterem uma mistura esbranquiçada. Juntem a manteiga amolecida e batam até estar tudo ligado. Se usarem a água de flor de laranjeira, adicionem-na nesta altura.

 

A esta mistura vão juntando os ingredientes secos e o leite, alternadamente, começando e terminando com a mistura de farinhas.

 

À parte, batam as claras em castelo e envolvam-nas com cuidado no preparado anterior.

 

Coloquem a massa por cima da forma já forrada com o caramelo e as bananas e levem ao forno durante 40 minutos a uma hora. Vão testando a partir dos 40 minutos com um palito para verem se o bolo está cozido. Se o bolo começar a ficar muito escuro no topo durante a cozedura, cubram a forma com papel de alumínio até estar pronto.

 

Retirem o bolo do forno e desenformem de imediato. Para que nada corra mal, passem uma faca pelos lados da forma e, quando a virarem para um prato, deem umas pancadinhas no fundo da forma. Assim, não é mais provável que não haja imprevistos e que nenhuma rodela de banana fique agarrada.

 

Congratulem-se pelo lindo trabalho que acabaram de fazer e comam uma fatia avantajada.

Pão de Banana (que na verdade é bolo)

Porque as minhas férias foram por terras do Tio Sam e eu volto sempre das viagens com vontade de cozinhar alguma coisa que me lembre o que provei noutras paragens, fiquei com o bichinho do pão de banana.

 

Banana Bread, assim se chama este bolo (vá-se lá saber porque lhe chamam bread, que isto de pão não tem nada) muito apreciado (e devorado) nos países anglo-saxónicos. Americanos que se prezem são dados aos exageros na comida e claro que uma fatia sem acrescentos sabe a pouco por lá: há quem coma o pão de banana com uma camada generosa de manteiga, compota ou manteiga de amendoim.

 

Eu acho que isto não precisa de adições e é perfeito comido só assim, a acompanhar um chá ou um café. E a receita é tão simples, que mesmo com preguiça se faz num domingo à tarde.

12075101_935371666538393_2850501131489615950_n.jpg

Ingredientes:

4 bananas médias esmagadas

75 gr. de manteiga derretida

145 gr. de açúcar (mais algum para polvilhar no topo)

190 gr. de farinha

1 ovo batido

1 c. chá de extrato de baunilha

1 c. sopa de whisky (opcional)

1 c. chá de canela em pó

1 pitada de noz moscada

1 pitada de cravinho moído

1 pitada de sal

1 c. chá de bicarbonado de sódio

 

Comecem por aquecer o forno a 175º e por untar com manteiga e forrar com papel vegetal uma forma de bolo inglês.

 

E agora reparem como isto é fácil e como se faz tudo num só recipiente com recurso a apenas uma colher de pau e um garfo... Esmaguem as bananas numa tigela (podem fazê-lo com um garfo mas eu prefiro o meu esmagador de batatas, que uso para fazer puré). Quando estiverem em puré, juntem a manteiga derretida e envolvam.

 

De seguida, juntem o açúcar, o ovo, a baunilha e o whisky (este último, se optarem por usar). Mexam tudo e adicionem as especiarias. Abusem pouco na noz moscada e no cravinho porque são sabores muito fortes. Basta só umas pitadinhas. Envolvam de novo.

 

Salpiquem o bicarbonato de sódio e o sal por cima da massa e mexam com a colher. Por fim, juntem a farinha de uma só vez e mexam apenas até ela ter desaparecido na mistura. Se mexerem demais o vosso bolo pode ficar mais pesado do que devia.

 

Coloquem a massa na forma, polvilhem o topo com açúcar (para formar aquela crosta boa) e levem ao forno por mais ou menos 50 minutos ou até um palito sair limpo quando espetado no centro. Se o bolo estiver a ficar demasiado tostado a meio da cozedura, cubram a forma com papel de alumínio.

 

Retirem do forno, deixem arrefecer completamente, desenformem e tentem não comer mais do que uma fatia de enfiada. É uma prova difícil.

Panquecas de cacau e banana (saudáveis, para receber o novo ano)

Estas panquecas não levam farinha...nem leite...nem açúcar. Na verdade, levam pouca coisa que faça mal e sabem bem que se farta. São perfeitas para um pequeno-almoço mais demorado e impressionam se houver convidados lá em casa.

10917086_791013087640919_189429539282906880_n.jpg

Ingredientes (para três pessoas ou duas muito gulosas):

3 bananas

2 ovos

3/4 de chávena de flocos de aveia

1/4 de chávena de cacau em pó

1 c. sopa de mel

1/2 c. chá de canela

1 c. chá de fermento em pó

1 pitada de sal

Margarina para untar a frigideira

 

Um, dois, três e já está: coloquem todos os ingredientes num copo misturador, ponham a coisa a funcionar, deixem que fique tudo bem triturado e a vossa massa de panquecas está pronta.

 

Aqueçam uma frigideira antiaderente e coloquem uma noz de margarina a derreter. A frigideira que costumo usar quase não precisa de gordura porque é boa e a massa não pega muito, mas vejam se a vossa não é malandra.

 

Quando a frigideira estiver quente despejem um pouco de massa e façam-na deslizar para que forme um círculo. O tamanho das panquecas depende do vosso gosto, ponham mais ou menos massa conforme gostem delas maiores ou mais pequenas.

 

Deixem que cozinhe até começar a fazer bolhinhas e as pontas começarem a soltar-se da frigideira. Virem, cozinhem mais uns dois minutos do outro lado e retirem para um prato. Repitam o processo até acabarem com a massa.

 

Estas panquecas são um pouco mais difíceis de cozinhar do que as normais. Sem farinha, demoram mais tempo e custam um pouco mais a virar mas nada que um pouco de prática não resolva. Nesta receita convém que o lume não esteja muito alto para que a panqueca não queime antes de cozinhar. E respeitem a regra de só a virar quando estiver a fazer bolhinhas, caso contrário, o mais provável é que deem cabo dela.

 

Podem servi-las com frutos vermelhos e xarope de ácer ou com outra cobertura que vos apeteça mais.

 

Em busca da tarte de banana perdida

 

Há já alguns anos que o trabalho me leva até Espinho em Novembro. O motivo? A romaria Cinanima, o festival de cinema de animação que, por aquelas alturas, põe a terra a mexer. Mas, para muitos, o Cinanima é uma boa desculpa para se comer bem e MUITO barato. A lista de restaurantes competentes é variada mas não há nenhum que supere o nível rústico da Casa Floro.

 

Uma tasca à antiga portuguesa, com naperons e bibelots em todos os cantos. A servir-nos, um senhor cuja atitude se faz daquela simpatia abrupta tão característica dos portugueses. No prato, comida da mais caseira que há, sempre a fumegar, em doses que vão desde os 3 euros e tanto até aos 7/8.

 

Mas a pièce de résistance chega no fim. Numa das salinhas da acolhedora tasca há uma montra que esconde o segredo mais bem guardado da casa. Uma montra que agrupa algumas das melhores sobremesas que quase todos os que por lá passam reconhecem ser das mais inconfundíveis que alguma vez lhes passaram pelo palato. E todos arriscam, como nas melhores sagas aventureiras do cinema, quais Indiana Jones ou Jack T. Coltons à mesa no Norte de Portugal.

 

As sobremesas são da responsabilidade de uma só senhora e ela aconselha os indecisos. À falta de decisão, arranja-se uma mistura de várias.

 

(Quase a chegar ao tema da tarte de banana...)

 

Tudo isto para chegar onde queria. Entre a lista de sobremesas divinas há uma que há uns tempos me assombrava. Uma tarte de banana com leite condensado que eu não sabia se era criação original da chef da casa ou se viria de outras bandas. No regresso a Lisboa, também eu me aventurei numa busca pela receita da dita cuja. E não demorei muito a encontrá-la.

 

Afinal, e para espanto da minha santa ignorância, é sobremesa corriqueira no Reino Unido e chama-se Banoffee Pie. Comeu-se cá em casa este fim-de-semana e houve choradinho por mais...