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Quanto Mais Quente Melhor

Doces com coração (e umas coisas salgadas pelo meio). Food porn descarado da cozinha (e das viagens) de uma jornalista doceira.

Biscoitos de manteiga de amendoim e pepitas de chocolate

Se não gostam de amendoim ou de manteiga de amendoim, é melhor fugirem agora. Estes biscoitos são uma pequena bombinha de manteiga de amendoim com umas pepitas de chocolate a animar a festa.

 

À saída do forno, estes pequenos vão encher a vossa cozinha de aroma a manteiga de amendoim, como se tivessem enfiado o nariz numa embalagem de Reese's Peanut Butter Cups. E isso não é mau. É só pornográfico.

 

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Ingredientes:

450 gr de manteiga de amendoim

2 chávenas de açúcar

2 ovos

2 c. chá de fermento em pó

1 pitada de sal

1 c. chá de pasta ou extrato de baunilha

100 gr de pepitas de chocolate

 

Comecem por pegar num tabuleiro grande e forrá-lo com uma folha de papel vegetal. Não precisam de untar que estes biscoitos saltam de lá com facilidade. Aqueçam o forno a 175º.

 

Numa tigela, batam a manteiga de amendoim com o açúcar até obterem uma mistura bem ligada. Juntem depois os ovos, batendo entre cada adição. Usei uma batedeira mas podem fazer tudo à mão, não é preciso grande esforço.

 

Adicionem o fermento em pó, o sal e a baunilha e voltem a bater. Por fim, com cuidado para não as partirem muito, envolvam as pepitas de chocolate. Algumas vão ficar soltas, perdidas no fundo da tigela, mas isso não é problemático porque quando moldarem as bolachas podem apanhá-las.

 

Para moldar as bolachas, façam bolinhas do tamanho de trufas com as mãos e coloquem-nas no tabuleiro com mais ou menos dois centímetros de espaço entre cada uma. Depois, com um garfo, esborrachem um pouco as bolinhas para fazerem o padrão quadriculado que veem na foto. Sejam gentis para não desfazerem os círculos e acabarem com bolachas cheias de rachas.

 

Basta agora levarem as vossas bolachas ao forno durante 10 minutos (devem ficar douradinhas nas pontas). Quando estiverem prontas, deixem que arrefeçam completamente antes de as retirarem do tabuleiro.

 

Comam a acompanhar uma boa chávena de chá ou, se quiserem abusar, um chocolate quente.

 

Biscoitos de açúcar (que o antiquado também é bom)

Eu gosto de doces pomposos. Bolos em camadas, sobremesas bonitas, receitas dos tempos de hoje com algum rasgo e complexidade em abundância são coisas que ficam bem na minha cozinha. Mas há dias em que as coisas simples me lembram que podem ser as melhores e estes biscoitos de açúcar, que podiam chamar-se de manteiga ou de limão mas se chamam de açúcar por causa da sua crosta inconfundível, vieram mesmo matar a gulodice.

 

São fáceis de fazer, ultra-amanteigados, com um travo a limão, um interior macio e um topo crocante graças a uma crosta de açúcar feita antes de irem ao forno.

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Ingredientes:

225 gramas manteiga

3 chávenas de farinha com fermento

1 chávena + 3/4 de açúcar

1/4 chávena de açúcar amarelo

1 c. chá de bicarbonato de sódio

1/2 colher de chá de sal

2 ovos

Raspa de 1 limão

Sumo de meio limão

Mais açúcar para polvilhar

 

Aqueçam o forno a 175º graus e forrem um tabuleiro com papel vegetal.

 

Numa tigela juntem a farinha com o sal e o bicarbonato de sódio. Noutro recipiente misturem os açúcares com a raspa de limão. Adicionem a manteiga amolecida e batam com a batedeira até obterem um creme fofo e esbranquiçado.

 

Juntem os ovos, um a um, e batam entre cada adição e depois misturem também o sumo de limão. Finalmente, juntem a mistura de farinha à massa batendo até estar tudo ligado.

 

Retirem colheradas da massa com uma colher de gelado pequena, coloquem-nas de forma espaçada num tabuleiro (estes biscoitos vão espalhar muito no forno) e achatem ligeiramente cada biscoito.

 

Por cima, polvilhem açúcar. De seguida, pincelem cada biscoito com um pincel de pastelaria molhado em água e voltem a polvilhar cada biscoito com açúcar. Este processo vai permitir que formem a crosta quando estiverem no forno.

 

Coloquem os biscoitos no forno e deixem que cozam durante uns 15 minutos ou até estarem douradinhos. Retirem e permitam que arrefeçam completamente antes de os manusearem.

 

Repitam o processo até darem cabo de toda a massa. E depois roam, gulosos.

 

Biscoitos amanteigados com compota

Massa de biscoito amanteigada e crocante e compotas à escolha do freguês a tornar estes docinhos numa jóia. Que mais se pode pedir de uma guloseima para acompanhar um chá?

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Estes biscoitos são muito parecidos com as nossas comuns areias mas levam uma covinha para receber as melhores compotas que andarem a rebolar lá por casa. Se quiserem ser muito perfeccionistas podem fazer compota de propósito para a receita mas eu não fiz mais do que usar os doces de framboesa, alperce e abóbora que tinha arrumados a pedirem para ser devorados.

 

Sem formas nem processos complicados para estender a massa. O processo é tão rústico como fazer bolinhas, achatá-las e abrir um espacinho no meio para o ouro em forma de doce de fruta que dispara esta receita até ao céu das coisas boas.

 

Ingredientes:

225 g de manteiga à temperatura ambiente

2/3 chávena de açúcar

2 gemas de ovo

1 c. chá de extrato de baunilha

2 chávenas de farinha (usei com fermento mas podem usar sem)

1/2 c. chá de sal

Mais ou menos 170 g de compota à escolha

 

Aqueci o forno a 175º e forrei um tabuleiro com uma folha de papel vegetal.

 

Bati a manteiga e o açúcar com uma batedeira até estar tudo leve e fofo (2 a 3 minutos). Juntei as gemas e a baunilha e bati novamente. Misturei o sal com a farinha e fui adicionando aos poucos à mistura anterior até formar uma bola (este passo final fiz com uma colher de pau e depois com as mãos, não com a batedeira).

 

Coloquei a massa no frigorífico coberta com película aderente durante uns 15 minutos. Arrefecê-la vai fazer com que os biscoitos fiquem mais areados quando forem cozidos.

 

Retirei a massa do frigorífico e fui formando bolinhas que coloquei no tabuleiro com algum espaço entre si, já que vão abrir um bocadinho no forno. Depois, basta achatar levemente cada uma das bolinhas e, com o polegar, fazer uma covinha no meio da massa. Os americanos chamam-lhe "thumbprint cookies" precisamente por causa deste último requisito.

 

Agora, é tempo de os levar ao forno durante 8 a 10 minutos, apenas até começarem a ficar dourados. Por esta altura, retirem-nos do forno para colocar as compotas. Se as covinhas estiverem pouco acentuadas voltem a dar-lhes forma com uma pequena colher (ou o polegar, se aguentarem o calor). Em cada biscoito, coloquem mais ou menos 1/2 colher de chá de doce. Levem de novo ao forno durante 3 a 4 minutos e estão prontos. A compota deve ter derretido um pouco e os limites dos biscoitos devem estar bem dourados. 

 

O meu tabuleiro é bastante grande e tive de repetir este processo três vezes. Entre fornadas fui colocando a massa no frigorífico. Se preferirem podem colocar dois tabuleiros ao mesmo tempo no forno mas eu acho sempre que os biscoitos não ficam uniformes se tentar apressar o processo.

 

Deixem arrefecer no próprio tabuleiro ou numa grelha e depois provem, provem até dar cabo deles.

Biscoitos de limão com sementes de papoila

A receita começou por ser de biscoitos de limão. Mas eu achei que não fazia mal nenhum transformá-los em personagens dignas de entrar nos «101 Dálmatas» e fiz o acrescento das sementes de papoila. Para manter num frasco na última prateleira da cozinha e dar aos miúdos (e graúdos) quando se portam bem.

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Ingredientes:

2 chávenas e meia de farinha

1 c. chá de fermento em pó

1/2 c. chá de sal

1/2 chávena de manteiga (amolecida)

2/3 chávena de açúcar

1 ovo

2 c. chá de raspa de limão

2 c. sopa de sumo de limão

2 c. sopa de sementes de papoila

 

Comecei por misturar a farinha, o fermento e o sal. À parte, bati a manteiga e o açúcar até a mistura ficar bastante cremosa. Juntei o ovo, a raspa e o sumo de limão até estar tudo bem incorporado.

 

Depois, devagarinho e sem grandes entusiasmos para que a farinha não fuja da tigela, junte a mistura seca à mistura de manteiga, açúcar, ovo e limão. Para terminar, basta juntar as sementes de papoila e envolver com cuidado.

 

Depois disto, dividi a massa em duas partes, formei dois discos e embrulhei cada um em película aderente. Levei ao frigorífico durante umas horas (no mínimo uma hora e meia).

 

Quando decidir cozer os biscoitos, aqueça o forno a 175º, forre um tabuleiro com papel vegetal e deixe a massa fora do frigorífico por uns minutos antes de a estender.

 

Numa superfície enfarinhada estenda a primeira metade e corte os biscoitos com a forma que preferir. Eu tenho um potpourri de forminhas e vou variando a cada receita. Coloque os biscoitos no tabuleiro com mais ou menos um centímetro de distância entre cada um. Vá repetindo o processo até acabar a primeira dose da massa e faça o mesmo com a segunda.

 

Pode cozer um tabuleiro primeiro e repetir a seguir ou cozer dois tabuleiros ao mesmo tempo. Se quiser mais pontinhos pretos na sua receita, pode pincelar os biscoitos com um pouco de água ou de ovo batido e salpicar mais sementes de papoila por cima (e um bocadinho de açúcar, se for muito guloso).

 

Leve os biscoitos ao forno durante 10 a 13 minutos, até as margens estarem douradas. Retire-os e deixe arrefecer até se atirar a eles.

Banalidades requintadas (1)

A gula é um monstro. A gula é uma criatura horrível. A gula também é uma amiga que apenas nos quer ver maiores. Agradeço à gula muitas coisas, outras nem tanto. Nos últimos tempos tenho a agradecer-lhe ter-me "obrigado" a provar a cookie de chocolate branco do Jeronymo (a cadeia de cafetarias com que o senhor Jerónimo Martins decidiu adicionar um "y" ao seu nome, tornando-o tropical ou moderno?).

Pode parecer vulgar mas neste ponto, estou do lado da gula. Estamos no terreno da fabricação em massa mas ainda assim é possível encontrar surpresas. Elas aparecem embrulhadas numa repelente embalagem de plástico - é verdade. Mas esqueçamos isso e aprendamos a desfrutar desta pobre cookie que não tem culpa de ter nascido na cafetaria errada: tem a textura correcta, e esconde pedaços de chocolate branco na medida certa.

Eu já me rendi há algum tempo. Mas, como em tudo, este texto pode também ter sido escrito sob influência - a da gula.