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Quanto Mais Quente Melhor

Doces com coração (e umas coisas salgadas pelo meio). Food porn descarado da cozinha (e das viagens) de uma jornalista doceira.

Bolo de mel e vinho do Porto

Mel, vinho do Porto e algumas especiarias fazem o casamento perfeito num bolo que dá aquele calorzinho na barriga bem vindo neste arranque do tempo frio. É ideal para um lanche de inverno e uma ótima companhia para uma chávena de chá ou café.

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Ingredientes:

220 gr. de farinha

2 colheres de chá de canela em pó

1 colher de chá de mistura de especiarias (uso uma mistura para tartes de maçã que comprei em Londres mas podem simplesmente colocar um pouco de cravinho, cardamomo, noz moscada e gengibre em pó. tudo opcional, claro. só com a canela já ficam com uma coisa boa)

1/2 chávena de óleo

1/2 chávena de mel

2 ovos pequenos

150 gr. de açúcar branco

45 gr. de açúcar mascavado

1/2 colher de chá de fermento em pó

1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio

1 pitada de sal

1/2 chávena de café acabado de fazer

1/4 chávena de sumo de laranja acabado de espremer

30 ml. de vinho do Porto (opcional)

 

Primeiro passo e provavelmente o mais importante de todos. Untem muito bem com manteiga, forrem com papel vegetal e polvilhem com farinha uma forma de bolo inglês ou redonda. Não aconselho as formas de buraco porque este bolo tende a pegar-se bastante ao fundo.

 

Aqueçam o forno a 175º.

 

Numa tigela, misturem a farinha com o fermento em pó, o bicarbonato de sódio, a canela, as especiarias e o sal. Façam um buraco no meio dos ingredientes secos e adicionem o óleo, o mel, os açúcares, os ovos, o café, o sumo de laranja e o vinho do Porto (este último, se usarem).

 

Com a batedeira em velocidade baixa batam tudo até obterem uma mistura homogénea e garantirem que nada ficou pegado ao fundo.

 

Coloquem a massa na forma e levem ao forno durante 40 a 45 minutos ou até um palito sair limpo do centro. Se o bolo começar a ficar muito escuro no topo a meio da cozedura, tapem-no com papel de alumínio.

 

Retirem a forma do forno, deixem que arrefeça por cerca de 10 minutos e depois desenformem o bolo, com cuidado para não o partir, já que ele é bastante delicado.

 

 

 

 

Bolo de batata doce e coco

Há coisa que saiba mais a outono de que a batata doce? Ok, as castanhas talvez levem o prémio de primeiro lugar para casa. Mas, vá, a batata doce está pelo menos no top cinco de coisas outonais para se comer.

 

Tinha umas grandes, gordas e biológicas batatas doces à espera que lhes fizesse alguma coisa. É certo que só assadas ficariam maravilhosas mas achei que podiam contribuir para um bolinho janota. Ao sabor da batata doce juntei um resto de verão e trópicos com o coco. E foi isto que saiu.

 

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Ingredientes:

500 gr. de batata doce assada no forno, descascada e cortada em pedaços (basta levá-la ao forno a 180º num tabuleiro forrado com papel de alumínio até a sentirem macia ao espetarem um garfo)

3 ovos

1 chávena e meia de açúcar

1chávena e um quarto de farinha

1 colher de sobremesa de fermento em pó

1 chávena de coco ralado

200 ml. de leite

80 gr. de manteiga derretida

 

Comecem por aquecer o forno a 180º. Untem com manteiga uma forma de buraco e separem as claras das gemas dos ovos.

 

Num liquidificador coloquem as gemas, o açúcar, a manteiga e o leite. Triturem uma primeira vez. Juntem depois a batata doce e triturem até obterem uma pasta homogénea.

 

Passem a pasta para uma tigela e adicionem a farinha, o fermento e o coco. Envolvam até estar tudo ligado mas sem bater muito. À parte, batam as claras em castelo e juntem-nas à massa, envolvendo delicadamente.

 

Coloquem a massa na forma e levem ao forno por cerca de 40 minutos ou até um palito sair limpo do centro do bolo. Se começar a escurecer muito no topo durante a cozedura, tapem-no com papel de alumínio.

 

Desenformem a vossa bonita obra e polvilhem-na com açúcar em pó para que fique mais mimosa ainda.

 

O resultado é um bolo com uma consistência a fazer lembrar a de um pudim, perfeito para acompanhar uma chávena de chá quente nestas primeiras tardes de chuva da estação.

 

 

 

 

Bolo de chocolate e fécula de batata

Sou grande adepta de bolos com fécula de batata. Gosto da textura fofinha e aveludada que a fécula dá ao bolo. De vez em quando lá faço um pão de ló com fécula em vez de farinha mas desta vez virei-me para o chocolate e fiz este simples e muito saboroso bolo.

 

Não é muito doce, como, digo eu, os bolos de chocolate devem ser, e é amigo dos alérgicos ao glúten. Não, não fiz esta receita para me armar em fina e poder dizer que faço bolos gluten free mas que ele o é, é.

 

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 Ingredientes:

200 gr. de manteiga

200 gr. de chocolate em tablete (70% de cacau)

150 gr. de fécula de batata

150 gr. de açúcar

5 ovos

Açúcar em pó para polvilhar

 

Comecem por untar uma forma redonda com manteiga e forrar o fundo com papel vegetal. Aqueçam o forno a 180º.

 

Levem o chocolate ao lume em banho-maria com 75 gr. de manteiga, mexendo até que esteja tudo derretido. Enquanto o chocolate arrefece, batam a restante manteiga (125 gr., portanto) com 75 gr. de açúcar até obterem um creme.

 

À mistura de manteiga juntem o chocolate derretido, mexendo até estar tudo homogéneo.

 

Partam os ovos e separem as gemas das claras. À mistura de chocolate, vão juntando as gemas e a fécula de batata alternadamente, até que esteja tudo bem ligado.

 

À parte, batam as claras em castelo e quando estiverem firmes juntem o restante açúcar (75 gr., portanto), continuando a bater até terem uma mistura brilhante e sem vestígio de grãos de açúcar.

 

Por fim, envolvam cuidadosamente as claras na massa de chocolate. Coloquem a massa na forma e levem ao forno por 20 a 30 minutos ou até um palito sair limpo do centro do bolo.

 

Desenformem e polvilhem com açúcar em pó. Usei um stencil de papel para criar um efeito bonito com o açúcar mas claro que isso é apenas um detalhe opcional e podem ignorar-me e comer o bolo sem mais nada em cima (depois de frio, claro, para não ficarem com dores de barriga).

 

Bolo de laranja (inteira) e flor de laranjeira

Este bolo de laranja não leva só sumo nem leva só raspa. Leva uma laranja inteira, caroços e partes brancas amargas devidamente atiradas para o lado.

 

É muito fácil de fazer (pode ser batido no liquidificador ou no robô de cozinha) e faz um vistaço. A água de flor de laranjeira não é obrigatória mas garanto-vos que vai tornar o vosso bolo na obra-prima do lanche.

 

É uma mistura entre a torta de laranja da vossa avó e o pão de ló de laranja da vossa mãe e não vai desiludir lá em casa.

 

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Ingredientes:

1 laranja grande

4 ovos

1 chávena e meia de açúcar

1/2 chávena de óleo

2 chávenas de farinha

2 c. chá de fermento em pó

1 c. chá de água de flor de laranjeira

 

(Para a cobertura)

1 chávena de açúcar em pó

2 c. sopa de sumo de laranja

1 c. chá de água de flor de laranjeira

Raspa de laranja q. b.

 

Comecem por aquecer o forno a 175º e por untar uma forma de buraco com manteiga.

 

Cortem a laranja em quatro e retirem os pequenos caroços assim como a parte branca que possam andar pelo centro. Coloquem os pedaços de laranja no liquidificador ou no robô de cozinha e triturem até obterem um puré macio.

 

Juntem os ovos e triturem bem até o volume aumentar um pouco. A esta mistura adicionem o óleo, o açúcar e a água de flor de laranjeira e triturem novamente até estar tudo homogéneo.

 

Transfiram a massa para uma tigela, peneirem a farinha e o fermento lá para dentro e envolvam bem até a farinha desaparecer.

 

Coloquem a massa na forma e levem ao forno por mais ou menos 35 a 40 minutos, até que um palito saia limpo do centro do bolo.

 

Retirem, desenformem e deixem que arrefeça. Enquanto o bolo arrefece, juntem o sumo de laranja e a água de flor de laranjeira ao açúcar em pó e mexam com um batedor de varas até terem um creme bem ligado.

 

Quando o bolo estiver frio deitem a cobertura no topo e deixem que escorra pelos lados. Logo de seguida, polvilhem de forma aleatória um pouco de raspa de laranja em cima da cobertura branca, só para lembrar os mais distraídos de que é feito este bolinho.

Bolo de cenoura com cobertura de chocolate

Este bolo não é a invenção da pólvora. Muitos de vocês já terão feito uma versão deste docinho em casa. Eu já o fiz de várias formas: com a cenoura crua ralada, cozendo a cenoura e depois transformando-a em puré mas esta versão, em que a cenoura é triturada num liquidificador, é, de longe, a que dá o melhor bolo.

 

O bolo é denso mas não é pesado, a cobertura é doce mas não em demasia. Uma combinação perfeita de dois amigos improváveis.

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Ingredientes:

300 gr. de cenoura crua (descascada e cortada em pedaços)

4 ovos

1 chávena de óleo

2 chávenas de farinha

2 chávenas de açúcar

1 c. chá de fermento

 

(Para a cobertura)

200 gr. de chocolate em pó

75 gr. de manteiga

8 c. sopa de leite

 

Comecem por aquecer o forno a 180º e por untar com manteiga e polvilhar com farinha uma forma (usei uma forma bundt mas podem usar uma forma redonda).

 

Separem as claras das gemas dos ovos. No liquidificador, triturem a cenoura com o açúcar, o óleo e as gemas de ovos até obterem um puré homogéneo.

 

Aos poucos, juntem a farinha e o fermento a este puré, envolvendo bem até não restarem vestígios da farinha.

 

Finalmente, batam as claras em castelo e envolvam-nas com cuidado no preparado anterior.

 

Deitem a massa na forma e levem ao forno durante 35 a 45 minutos, até o palito sair limpo. Se o bolo começar a ficar muito escuro no topo antes de estar cozido, tapem a forma com papel de alumínio.

 

Enquanto o bolo coze, preparem a cobertura: derretam a manteiga num tacho e, quando estiver líquida, juntem o chocolate em pó e o leite. Mexam com uma vara de arames até estar tudo misturado. Retirem do lume assim que começar a borbulhar.

 

Desenformem o bolo quando sair do forno e deitem por cima a cobertura. Espalhem com uma espátula para que escorra pelos lados do bolo.

 

Tenham a paciência para esperar até que arrefeça e depois lambuzem-se que nem gente grande.

 

 

Bolo de banana caramelizada e flor de laranjeira

Uma camada de banana vestida de caramelo a escorrer pelos lados do bolo e uma massa fofinha com aroma de flor de laranjeira. Este bolo é uma experiência perfeita para a hora do lanche e vai garantidamente impressionar.

 

Por cá, é costume fazer-se o bolo de ananás ao contrário mas a verdade é que é possível fazer outras versões e usar outras frutas a partir de uma receita de pão de ló e de uma forma com caramelo a forrar o fundo.

 

Este bolo de banana come-se muito no Brasil. A minha versão sobe mais um degrau, com a adição de água de flor de laranjeira à massa do bolo.

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 Ingredientes:

(Para forrar o fundo da forma)

1 chávena e meia de açúcar

água q.b.

15 gr. de manteiga com sal

4 a 5 bananas maduras

 

(Para o bolo)

240 gr. de farinha

90 gr. de amido de milho (farinha maizena)

1 c. sopa de fermento em pó

4 ovos grandes

55 gr. de manteiga com sal

200 gr. de açúcar

200 ml. de leite

1 c. sopa de água de flor de laranjeira (opcional)

 

Comecemos pelo caramelo. Coloquem uma chávena e meia de açúcar dentro da vossa forma redonda (24 cm é o tamanho perfeito) e cubram com água (só mesmo a suficiente para cobrir o açúcar). Acendam o lume e coloquem a forma diretamente no bico do fogão. Deixem ferver até que o açúcar se transforme num caramelo dourado escuro.

 

Retirem do lume e, muito rapidamente, juntem os 15 gramas de manteiga, enquanto fazem movimentos circulares com a forma para que a manteiga derreta e o caramelo fique espalhado de uniformemente na base e nos lados da forma.

 

Cortem as bananas às rodelas e coloquem-nas em cima do caramelo, o mais arrumadinhas possível, começando por fora e terminando no centro.

 

A vossa forma está pronta. Liguem o forno e aqueçam-no a 175º. Vamos à massa.

 

Peneirem a farinha, o amido de milho e o fermento em pó para um recipiente e coloquem-no de parte.

 

Batam noutra tigela as gemas com o açúcar até obterem uma mistura esbranquiçada. Juntem a manteiga amolecida e batam até estar tudo ligado. Se usarem a água de flor de laranjeira, adicionem-na nesta altura.

 

A esta mistura vão juntando os ingredientes secos e o leite, alternadamente, começando e terminando com a mistura de farinhas.

 

À parte, batam as claras em castelo e envolvam-nas com cuidado no preparado anterior.

 

Coloquem a massa por cima da forma já forrada com o caramelo e as bananas e levem ao forno durante 40 minutos a uma hora. Vão testando a partir dos 40 minutos com um palito para verem se o bolo está cozido. Se o bolo começar a ficar muito escuro no topo durante a cozedura, cubram a forma com papel de alumínio até estar pronto.

 

Retirem o bolo do forno e desenformem de imediato. Para que nada corra mal, passem uma faca pelos lados da forma e, quando a virarem para um prato, deem umas pancadinhas no fundo da forma. Assim, não é mais provável que não haja imprevistos e que nenhuma rodela de banana fique agarrada.

 

Congratulem-se pelo lindo trabalho que acabaram de fazer e comam uma fatia avantajada.

Jesuíta XXL (para cortar à fatia)

É habitual ter ideias estranhas a horas impróprias. O meu cérebro é demasiado resistente ao descanso e trabalha melhor quando os outros estão a dormir.

 

Ora a ideia bizarra no primeiro lugar do top nos últimos dias foi "e se eu tentasse fazer uma receita de jesuítas mas em versão grande e rectangular, para cortar à fatia"? E se muitas das ideias estranhas que tenho não chegam a ver a luz do dia, esta foi mesmo do forno para a mesa.

 

Claro que, se preferirem, podem fazer esta mesma receita, cortando a massa em triângulos para fazer a forma tradicional dos jesuítas mas esta versão é mais prática e não perde nada em sabor.

 

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 Ingredientes:

 1 base rectangular de massa folhada (preferencialmente de uma marca feita com manteiga)

(Para a cobertura)

1 clara de ovo

Açúcar em pó q.b.

(Para o doce de ovos)

6 gemas

6 c. sopa de açúcar

Meia chávena de água

 

Primeiro, tratem do doce de ovos (podem usar esta receita para cobrir ou rechear outros bolos). Levem a água ao lume com o açúcar, deixem que ferva e contem cinco minutos depois de começar a ferver antes de apagarem o lume.

 

Batendo sempre, juntem esta mistura em fio às gemas previamente batidas numa tigela. Devolvam a mistura ao tacho e levem ao lume mexendo sempre até engrossar (não se atrevam a não mexer, porque o creme vai talhar se não o fizerem). Retirem do lume e deixem arrefecer completamente.

 

Quando o doce de ovos estiver frio, aqueçam o forno a 180º. Numa tigela, vão juntando açúcar em pó à clara de ovo até obterem uma mistura densa, que não escorra da colher mas que consigam espalhar.

 

Retirem a massa folhada do frigorífico, cortem-na ao meio e disponham uma das metades num tabuleiro forrado com papel vegetal.

 

Espalhem por cima o doce de ovos, deixando uma margem de segurança para que o creme não saia para os lados durante a cozedura. Cubram com a segunda metade da massa folhada. Por cima, com a ajuda de uma espátula, espalhem a mistura de clara com açúcar, deixando de novo umas pequenas margens de segurança para que não escorra para os lados no forno.

 

Levem ao forno durante 35 a 45 minutos ou até o topo estar bem dourado e a massa tiver subido bastante.

 

Retirem do forno, deixem que arrefeça e depois sirvam cortado aos quadrados (ou rectângulos, ou triângulos, ou o que vos apetecer).

O pão de ló que se quer (molhadinho por dentro, tostadinho por fora)

Já todos certamente provaram ou ouviram pelo menos falar do Pão de Ló de Alfeizerão. Supostamente nascido de um erro que umas freiras menos jeitosas cometeram no tempo de cozedura de um bolo para oferecer ao rei, esta coisa boa tornou-se numa iguaria com direito a estatuto próprio, reproduzida geração após geração.

 

O que provavelmente não sabem é que é muito simples fazê-lo em casa. Usei a receita da Maria de Lourdes Modesto, que podem encontrar no livro "Cozinha Tradicional Portuguesa", e não falhou.

 

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 Ingredientes:

 2 ovos inteiros

6 gemas

100 gr de açúcar

50 gr de farinha com fermento

 

Forrem uma forma redonda de fundo amovível com papel vegetal, deixando uma boa altura no papel, e untem-na bem. Aqueçam o forno a 200º/225º graus (no meu chegam os 200º, que ele é mais quente do que o termómetro anuncia).

 

Conselho de amiga: Façam isto com uma batedeira, de preferência das que têm suporte fixo. É preciso bater a mistura do pão de ló por mais ou menos quinze minutos e à mão cansa um bocadito.

 

Comecem por bater os dois ovos com o açúcar até que a vossa mistura comece a ficar esbranquiçada. Juntem depois as gemas que desfizeram grosseiramente com um garfo e batam em velocidade máxima por dez minutos (nem mais, nem menos).

 

Se quiserem aldrabar a tradição (como esta que vos escreve) juntem um colher de chá de extrato ou pasta de baunilha nesta fase. Se forem puristas, deixem-se estar que eu não vos levo a mal.

 

Depois disto, envolvam cuidadosamente a farinha para que a massa não perca o ar.

 

Coloquem a massa na forma e levem ao forno já quente durante dez minutos (nem mais, nem menos). Retirem o bolo e desenformem-no de imediato.

 

Resistam à tentação de o deixar mais tempo no forno. Sim, a massa vai parecer líquida mas assim que arrefecer vai estar no ponto certo: creme no meio, bolo nas pontas (nem mais, nem menos).

Bolo Bundt de Chocolate (para fazer um brilharete)

Bundt parece um nome pomposo mas é apenas o título que geralmente se dá ao tipo de formas que oferecem este resultado final. O molde nasceu num bolo de fruta tradicional europeu (ali das zonas da Alemanha e Áustria) mas o nome Bundt foi popularizado por uma empresa que começou a fabricar formas destas nos EUA nos anos 50.

 

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Se não tiverem uma destas formas podem perfeitamente usar uma comum forma de buraco mas a verdade é que o brilho da ganache da cobertura fica ainda mais reluzente quando despejado em cima das curvas de um bolo saído de uma forma destas.

 

Este bolo não é só fogo de artifício no formato. Tem um ingrediente especial e pouco comum na nossa doçaria que lhe dá uma textura muito particular. É, sem dúvida, um bolo para impressionar os amigos. Vão ouvir interjeições de espanto quando olharem para ele e sons de alegria quando o provarem.

 

Ingredientes:

 

(para o bolo)

2 chávenas de farinha

1/2 chávena de cacau em pó

1 c. chá de bicarbonato de sódio

1 c. chá de pó royal

1 c. chá mal cheia de sal

1/2 chávena de leite

1/2 chávena de natas azedas (cá está o ingrediente especial, o sour cream, que já conseguem encontrar em cadeias como a Aldi ou no supermercado do El Corte Inglés)

225 gr de manteiga à temperatura ambiente

1 + 1/2 chávena de açúcar

4 ovos grandes

1 c. chá de extrato de baunilha

 

(para a cobertura)

85 gr de chocolate (70% cacau)

1/2 chávena de natas

2 c. sopa de manteiga

 

Comecem por untar a forma com manteiga e por aquecer o forno a 175º.

 

Misturem a farinha, o cacau, o sal, o bicarbonato de sódio e o pó royal numa tigela. À parte juntem o leite às natas azedas e envolvam.

 

Noutra tigela, batam o açúcar com a manteiga até a mistura estar fofa e esbranquiçada. Adicionem depois os ovos, um a um, batendo entre cada adição, e a baunilha.

 

Juntem depois com jeitinho a mistura de farinha e cacau em duas vezes, alternando com o preparado de leite e natas azedas, e começando e terminando com a mistura de farinha.

 

Coloquem o preparado na forma, alisem o topo, e levem ao forno por mais ou menos 45 minutos. Vão espreitando para ver se o palito sai limpo mas tenham cuidado para não o deixar cozer em demasia. Tentem tirá-lo um bocadinho mais mal do que bem cozido, assim fica muito mais húmido e pecaminoso.

 

Desenformem o bolo e deixem que arrefeça. Entretanto, preparem a cobertura. Levem as natas ao lume até começarem a ferver. Numa tigela, coloquem o chocolate partido em pedaços e deitem as natas acabadas de ferver em cima. Esperem um ou dois minutos, juntem a manteiga e mexam tudo bem até ficarem com um creme brilhante e quase pornográfico.

 

Deixem a mistura arrefecer um pouco até começar a ficar mais espessa. Finalmente, deitem-na por cima do bolo às colheradas, deixando que escorra pelos lados.

 

Sirvam aos amigos na certeza de que eles vão voltar para uma segunda fatia.

Bolo swirl de canela

Como um dos provadores oficiais das minhas iguarias tão bem disse, "isto é muito bem inventado". E não haja dúvida de que é.

 

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Imagine-se que um daqueles pãezinhos de canela enroladinhos (muito nórdicos mas, por esta altura, disseminados por onde calha) ganha nova vida em forma de bolo. Desta reencarnação de um "cinnamon sticky bun" chega-nos um bolo húmido, recheado com uma mistura de canela, manteiga e açúcar que, em contacto com o forno, se derrete para formar uma espiral de pecado que deixa rasto nos dedos (ou não, porque no fim não sobra nada).

 

Um ótimo bolo para acompanhar um chá quentinho e enfrentar uma tarde fria e chuvosa como a de hoje.

 

Ingredientes:

 

(Para o bolo)

2 chávenas de farinha

1 chávena e meia de açúcar

2 c. chá de fermento em pó

1/2 c. chá de sal

1 chávena e um terço de natas para bater light

150 gr de manteiga derretida

1 c. chá de extrato de baunilha

3 ovos grandes

 

(Para o swirl de canela)

160 gr manteiga amolecida

3/4 chávena de açúcar louro

1 c. sopa de canela em pó

 

(Para a cobertura)

250 gr de açúcar em pó

3 c. sopa de água

1/2 c. chá de extrato de baunilha

 

Aqueci o forno a 175º. Untei uma forma quadrada com manteiga (podem usar redonda, se preferirem), forrei o fundo com papel vegetal e polvilhei a forma com farinha.

 

Comecei por bater os ovos com o açúcar até a mistura ficar esbranquiçada. Juntei depois as natas e o extrato de baunilha e, no final, incorporei a farinha e a manteiga derretida alternadamente, envolvendo com cuidado e começando e terminando com a farinha.

 

Coloquei a massa na forma.

 

Passo seguinte: fazer o delicioso swirl. Numa tigela, misturei a manteiga amolecida (não derretida) com o açúcar louro e a canela até ficar com uma pasta espessa, mole mas não líquida. Depois, basta colocar aleatoriamente colheradas cheias desta pasta em cima da massa de bolo que já tínhamos colocado na forma.

 

Não se esqueçam de preencher também nos cantos, porque a massa vai crescer à volta e forçar a mistura de canela a ir mais para o meio.

 

Finalmente, com uma faca ou uma espátula, fiz uns ziguezagues nas colheradas de pasta de canela para criar um efeito marmoreado, o dito swirl.

 

Levei ao forno durante mais ou menos uma hora (ou até um palito sair limpo do centro).

 

Quando tirarem do forno, esperem uns 15 minutos. Enquanto passa o tempo, façam a cobertura. Basta misturar o açúcar em pó, o extrato de baunilha e a água até estar tudo dissolvido.

 

Eu não tiro este bolo da forma porque sou pragmática e não quero perder tempo de vida com coisas destas.  Cubro-o e sirvo-o mesmo ali. Mas se quiserem fazer a coisa a preceito, podem desenformar o bolo, voltar a virá-lo para a posição em que estava dentro da forma (está mais douradinho desde lado) e cobri-lo com o icing de forma artisticamente irregular, que é como quem diz, como bem vos apetecer.