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Quanto Mais Quente Melhor

Doces com coração (e umas coisas salgadas pelo meio). Food porn descarado da cozinha (e das viagens) de uma jornalista doceira.

Panquecas de limão com framboesas e xarope de ácer

Não há pequeno-almoço mais americano do que uma pilha de panquecas douradas com xarope de ácer a escorrer por ali abaixo. Ok, o bacon e os "hash browns" são coisa tradicional nas terras do Tio Sam mas a panqueca é quase um símbolo nacional.

 

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Este fim de semana, acordei com vontade de fazer um pequeno-almoço um bocadinho mais demorado...e demorei-me nas panquecas. Não que percam muito tempo a fazê-las mas claro que tomam um pouco mais da vossa manhã de fim de semana do que umas simples torradas. Mas valem bem a pena o esforço.

 

As receitas de panquecas podem ter pequenas variações na base mas não diferem assim tanto entre si. Claro que há sempre forma de as elevar a outro patamar com alguns acrescentos simples.

 

Ingredientes (para 16 panquecas chorudas):

300 ml de leite

225 gr de farinha

2 ovos grandes (batidos)

30 gr de manteiga derretida

1 c. chá de açúcar

1 pitada de sal

1 c. sopa de fermento em pó

Raspa de um limão

Framboesas para acompanhar (ou outra fruta à vossa escolha)

Xarope de Ácer para cobrir (já se encontra facilmente em vários supermercados e hipermercados)

 

Coloquem os ingredientes secos dentro de uma tigela (farinha, açúcar, sal, fermento) e misturem-nos. Juntem a raspa de limão e mexam novamente.

 

Abram depois uma cova no centro da mistura seca e deitem lá para dentro os ovos batidos, o leite e a manteiga derretida. Envolvam até obterem uma massa sem homogénea mas não mexam demasiado, só mesmo até estar tudo ligado.

 

Transfiram a massa para um jarro ou um copo de medida, sem dúvida o instrumento mais útil neste processo todo. É muito mais fácil despejar as doses de massa para a frigideira do que a transportar até lá com uma concha.

 

Aqueçam uma frigideira antiaderente e derretam uma noz de manteiga. Quando estiver quente, deitem a primeira porção de massa. Gosto das minhas panquecas do tamanho de uma palma da mão bem esticada e gordinhas, não espalmadas, que estas amigas não são crepes.

 

A panqueca está pronta para virar quando começarem a ver bolhinhas a formar-se. Virem com uma espátula e deixem que cozinhe o outro lado por mais 30 segundos a um minuto. Repitam o processo até acabarem com a massa, untando a frigideira com mais manteiga se começar a pegar.

 

Sirvam com framboesas no topo e um fio generoso de xarope de ácer. E não digam que não é um pequeno-almoço de reis.

Gelado de Lemon Curd

Por esta altura...todos nós somos mais gelados (como o outro, "eu é mais bolos"). O calor aperta, a gulodice também e o que apetece no final de uma refeição de verão é um geladinho cremoso. A pergunta que se impõe é: vale a pena ter o trabalho de fazer um gelado em casa quando há coisas tão boas à venda? E a resposta é: vale a pena, nem que seja para termos a recompensa de termos criado um gelado nosso a partir do zero.

 

Para os que se queiram aventurar nesta coisa de fazer um gelado em casa, a máquina não é de todo essencial (há muitas receitas de gelado que se podem fazer sem máquina) mas ajuda a chegar à cremosidade desejada. No caso desta receita de gelado de lemon curd, a verdade é que sem máquina o vosso gelado vai ficar com alguns cristais de gelo e não será tão bom mas podem sempre atirar-se ao desafio de qualquer forma.

 

Já agora, este é uma receita com lemon curd mas esta base de gelado pode ser usada para conjugar muitos outros sabores (frutos vermelhos, baunilha, uns pedacitos de chocolate também não vão mal).

 

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Ingredientes:

(Para a base do gelado)

1 chávena + 3/4 chávena de natas

3/4 chávena de leite

1/2 chávena + 1/4 chávena de açúcar

1 pitada de sal

5 gemas de ovos

 

(Para o lemon curd) - Podem sempre fazer batota e usar um de compra mas o que vos sobrar desta receita pode ser usado em 1001 outras sobremesas ou ser comido à colherada por um guloso muito guloso

4 limões

200 gr. de açúcar

100 gr. de manteiga

3 ovos + 1 gema

 

Comecem por fazer a mistura do gelado. Levem ao lume num tacho o leite, as natas e meia chávena de açúcar. Deixem que comece a ferver e retirem do lume.

 

Enquanto isso, batam as gemas com o resto do açúcar (1/4 chávena). Juntem, mexendo sempre, a mistura de leite às gemas, com cuidado para que a temperatura não as coza. Devolvam a mistura ao tacho e levem ao fogo em lume brando, mexendo sempre com uma colher de pau, até que engrosse (está pronto quando a mistura cobre as costas da colher de pau sem escorrer). Retirem do fogão, deixem que arrefeça e levem ao frigorífico num recipiente tapado (as instruções da minha máquina dizem que o ideal é deixar no frigorífico por quatro horas antes de fazer o gelado).

 

Depois, vamos ao lemon curd. Levem ao lume em banho-maria, a raspa e o sumo dos limões, a manteiga e o açúcar. Quando estiver tudo derretido, adicionem esta mistura aos ovos e à gema já batidos. Envolvam bem e de forma rápida para que o choque térmico não vos deixe com ovos mexidos. Devolvam a mistura ao lume, de novo em banho-maria, e vão mexendo sempre até que comece a engrossar. O creme está pronto quando cobrirem a parte de trás de uma colher de pau com ele e ele se aguentar lá. Guardem em frascos, já que para esta receita só para vão precisar de uma chávena e podem usar o lemon curd em outras coisas boas.

 

Quando tudo estiver frio, coloquem o creme de natas, leite e gemas na máquina de gelado (a minha precisa de ter a cuba a gelar no congelador de um dia para o outro, sim é chato), coloquem a funcionar e, quando estiver com a textura de um sundae, vão deitando lá para dentro colheradas de lemon curd (cerca de 1/2 chávena).

 

Transfiram metade da mistura de gelado para uma caixa. Por cima, deitem mais umas colheradas de lemon curd e, com um palito, façam o efeito de swirl. Cubram com o restante gelado e repitam o processo com o lemon curd no topo (ao todo, terão usado neste processo final mais meia chávena do creme de limão).

 

Coloquem de novo no congelador, deixem que solidifique e, quando quiserem servir, retirem do frio e deixem à temperatura ambiente durante uns 10/15 minutos.

 

Se quiserem fazer isto à mão, juntem à mistura de gelado meia chávena de lemon curd. Coloquem depois a mistura numa caixa, levem ao congelador e, de hora a hora, vão mexendo para que não crie muitos cristais de gelo. Quando estiver com textura de sundae, deitem lá para dentro às colheradas meia chávena de lemon curd e façam o tal efeito de swirl com o palito. Devolvam ao frio e esperem que solidifique.

 

Pavlova com iogurte grego, creme de limão e morangos

Pavlova é coisa para tempo quente. A base leve de merengue e os habituais recheios frescos de natas e fruta fazem a sobremesa perfeita para dias de sol.

 

Nesta versão, aligeirei a coisa e troquei as natas batidas por iogurte grego magro mas acrescentei umas colheradas de lemon curd caseiro só para agitar as águas. Garanto-vos que desaparece num instante e que, apesar do ar soberbo, não dá muito trabalho a fazer.

 

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Ingredientes:

4 claras de ovo

250 gr. de açúcar

1 c. chá de vinagre de vinho branco

1 c. chá de amido de milho

1 c. chá de extrato de baunilha

1 pitada de sal

 

(Para o recheio)

500 gr. de morangos

2 iogurtes gregos magros (usei magros porque são menos espessos e, por isso, melhores para usar como recheio)

 

(Para o creme de limão) - Podem sempre fazer batota e usar um de compra mas o que vos sobrar desta receita pode ser usado em 1001 outras sobremesas ou ser comido à colherada por um guloso muito guloso

4 limões

200 gr. de açúcar

100 gr. de manteiga

3 ovos + 1 gema

 

Primeiro, vamos à base: a pavlova. Pré-aqueçam o forno a 140º. Coloquem uma folha de papel vegetal num tabuleiro e desenhem um círculo no papel (usei uma base de uma tarteira como molde para o círculo). 

 

Comecem por separar as claras das gemas (podem sempre usar as gemas noutra receita) e batam-nas até estarem firmes. Juntem depois o açúcar, colher a colher, e batam até sentir que os grãos se dissolveram e até terem ficado com uma mistura muito brilhante. De seguida envolvam com cuidado o vinagre, o amido de milho e o extrato de baunilha.

 

Coloquem a mistura no círculo de papel vegetal com a ajuda de uma espátula. Eu costumo deixar o lado exterior do círculo mais alto do que o centro para ter uma espécie de ninho que no final leva todas as coisas boas em cima. Mas não precisam de ser muito exatos, é bom se ficar meio torto e rústico. E se rachar no forno, melhor ainda.

 

Levem a vossa pavlova ao forno por uma hora. Passado esse tempo, desliguem o forno mas deixem-no fechado com a pavlova lá dentro até que arrefeça completamente.

 

Enquanto a pavlova arrefece façam o vosso creme de limão. Levem ao lume em banho-maria, a raspa e o sumo dos limões, a manteiga e o açúcar. Quando estiver tudo derretido, adicionem esta mistura aos ovos e à gema já batidos. Envolvam bem e de forma rápida para que o choque térmico não vos deixe com ovos mexidos. Devolvam a mistura ao lume, de novo em banho-maria, e vão mexendo sempre até que comece a engrossar. O creme está pronto quando cobrirem a parte de trás de uma colher de pau com ele e ele se aguentar lá.

 

Quando a pavlova estiver fria, transfiram-na para um prato, coloquem os iogurtes no centro, espalhando com a ajuda de uma colher. Em cima, ponham cinco ou seis colheres de sopa de creme de limão e, com um palito, façam um efeito marmoreado entre o iogurte e o lemon curd. Por fim, cubram com os morangos. Podem cortar alguns em quartos, outros em metades e deixar mesmo no centro alguns com o pé para ficarem com um quadro ainda mais bonito.

 

Cortem fatias generosas e deliciem-se com esta sobremesa a saber a calor.

Biscoitos de limão com sementes de papoila

A receita começou por ser de biscoitos de limão. Mas eu achei que não fazia mal nenhum transformá-los em personagens dignas de entrar nos «101 Dálmatas» e fiz o acrescento das sementes de papoila. Para manter num frasco na última prateleira da cozinha e dar aos miúdos (e graúdos) quando se portam bem.

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Ingredientes:

2 chávenas e meia de farinha

1 c. chá de fermento em pó

1/2 c. chá de sal

1/2 chávena de manteiga (amolecida)

2/3 chávena de açúcar

1 ovo

2 c. chá de raspa de limão

2 c. sopa de sumo de limão

2 c. sopa de sementes de papoila

 

Comecei por misturar a farinha, o fermento e o sal. À parte, bati a manteiga e o açúcar até a mistura ficar bastante cremosa. Juntei o ovo, a raspa e o sumo de limão até estar tudo bem incorporado.

 

Depois, devagarinho e sem grandes entusiasmos para que a farinha não fuja da tigela, junte a mistura seca à mistura de manteiga, açúcar, ovo e limão. Para terminar, basta juntar as sementes de papoila e envolver com cuidado.

 

Depois disto, dividi a massa em duas partes, formei dois discos e embrulhei cada um em película aderente. Levei ao frigorífico durante umas horas (no mínimo uma hora e meia).

 

Quando decidir cozer os biscoitos, aqueça o forno a 175º, forre um tabuleiro com papel vegetal e deixe a massa fora do frigorífico por uns minutos antes de a estender.

 

Numa superfície enfarinhada estenda a primeira metade e corte os biscoitos com a forma que preferir. Eu tenho um potpourri de forminhas e vou variando a cada receita. Coloque os biscoitos no tabuleiro com mais ou menos um centímetro de distância entre cada um. Vá repetindo o processo até acabar a primeira dose da massa e faça o mesmo com a segunda.

 

Pode cozer um tabuleiro primeiro e repetir a seguir ou cozer dois tabuleiros ao mesmo tempo. Se quiser mais pontinhos pretos na sua receita, pode pincelar os biscoitos com um pouco de água ou de ovo batido e salpicar mais sementes de papoila por cima (e um bocadinho de açúcar, se for muito guloso).

 

Leve os biscoitos ao forno durante 10 a 13 minutos, até as margens estarem douradas. Retire-os e deixe arrefecer até se atirar a eles.

Quadrados de limão (com base crocante e topo cremoso)

O sol teima em andar tímido mas nós trouxémo-lo para a cozinha no amarelinho quente destes quadrados de limão. Uma base crocante de biscoito do tipo de que se desfaz na boca serve de cama para um creme de limão, ácido de fazer piscar os olhos. Uma tarte de limão em forma de quadrado, para cortar, partilhar e comer à mão.

 

 

Ingredientes:

(Para a base)

1 + 3/4 chávenas de farinha

2/3 chávena de açúcar em pó

1/4 chávena de farinha maizena

1/2 c. chá de sal 170 gr. manteiga

 

(Para o creme)

4 ovos

1 + 1/3 chávenas de açúcar

3 c. sopa de farinha

Raspa de dois limões

2/3 chávena de sumo de limão (mais ou menos 3 limões espremidos)

1/3 chávena de leite

1 pitada de sal

 

Comecei por untar com manteiga e forrar com papel vegetal um tabuleiro rectangular com mais ou menos 30 por 20 centímetros. Depois, tratei da base de biscoito. Coloquei no robô de cozinha a farinha, o açúcar em pó, a farinha maizena e o sal e misturei durante alguns segundos. Juntei depois a manteiga em cubos e voltei a ligar o robô até o preparado se parecer com pequenas migalhas de pão.

 

Espalhei a mistura no fundo da forma e pressionei bem com os dedos para que ficasse compacta e nivelada. Coloquei no frigorífico durante 20 minutos.

 

Enquanto isso, toca a aquecer o forno a 175º. Passado o tempo no frigorífico, coloquei a base no forno durante cerca de 20 minutos (até as bordas estarem douradas).

 

Podem ir preparando o creme, enquanto o biscoito está no forno. Batam os ovos com o açúcar e a farinha e juntem depois a raspa e o sumo de limão, o sal e o leite. Assim que o biscoito sair do forno, mesmo com ele muito quente, coloquem em cima o líquido do creme (vai estar muito líquido, não estranhem) e ponham de novo o tabuleiro no forno, com cuidado para não entornar.

 

Baixem a temperatura para os 160º e deixem cozinhar durante 20 minutos. Retirem do forno e deixem arrefecer completamente.

 

Depois de terem sido pacientes e esperado que ficasse frio, passem com uma faca pelo interior da forma para garantir que nada está colado e puxem pelas pontas do papel vegetal para desenformar. Cortem em quadrados com uma faca afiada e provem. Vão ver que a combinação é amargamente deliciosa.

Pão-Bolo de Limão com cobertura de luxo

Isto não é bem um pão mas também não é bem um bolo. Tem o melhor de dois mundos e só não pode ser barrado com manteiga porque já tem demasiadas coisas boas a acontecer no seu interior. A receita vem da Hummingbird Bakery, uma pastelaria londrina com as coisas mais pecaminosas e cuidadosamente apresentadas que possam imaginar. Tenho dois livros da dita cuja e tudo o que lá vem dentro é delicioso.

 

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Ingredientes:

(Para a massa)

75ml leite morno
60ml água morna

1/2 c. chá de sal

50 g de açúcar

1 saqueta de fermento para pão

400 g de farinha (mais alguma para amassar e estender)

55 g manteiga derretida

2 ovos grandes, batidos

1 c. chá de extrato de baunilha

 

(Para o recheio)

60g manteiga derretida

100 g de açúcar

Raspa de 3 limões

 

(Para a cobertura)

90 g de queijo-creme (Philadelphia)

40 g açúcar em pó

1 c. sopa de leite

1 c. sopa de sumo de limão

Raspa de meio limão mas alguma para decorar

 

Para começar, untem uma forma de bolo inglês e polvilhem-na com farinha. Eu fiz isto e, para além disso, forrei-a com um papel de pastelaria forte que serviu depois de embalagem para o pão-bolo.

 

Envolvam num recipiente para líquidos o leite morno, a água, o sal, uma colher de chá do açúcar e o fermento. Reservem durante cerca de 30 minutos até o fermento ter criado espuma no topo da mistura.

 

Numa tigela, misturem a farinha e o açúcar que restou e façam uma covinha no centro. Adicionem os ovos e a manteiga derretida à mistura de fermento e depois deitem o preparado para a covinha na farinha. Vão envolvendo com uma colher de pau até se formar uma massa e, quando estiver suficientemente homogénea para se trabalhar com as mãos, deitem-na numa superfície polvilhada com farinha e amassem-na por mais ou menos 5 minutos, até estar bem ligada. Vai ser preciso adicionar mais alguma farinha até a massa ter a consistência certa.

 

Coloquem nesta altura a massa numa tigela e cubram-na com película aderente. Deixem fermentar por mais ou menos 45 minutos / 1 hora ou até a massa ter duplicado de volume.

 

Enquanto a massa fermenta, façam o recheio. Batam a manteiga derretida com o açúcar e a raspa de limão e reservem.

 

Depois de passado o tempo de fermentação, voltem a pôr a massa numa superfície enfarinhada e estendam-na num rectângulo grande. Cortem-na, com uma faca afiada, em quatro tiras iguais e barrem cada uma das tiras com a mistura de limão, açúcar e manteiga. Depois, empilhem as tiras (lado barrado sempre no topo) e cortem esta mistura em seis quadrados iguais. Aconcheguem agora cada um dos quadrados na forma de bolo inglês,  lado a lado até encher a forma, com o lado cortado voltado para cima. Tapem a forma com película aderente e deixem a massa crescer durante mais uns 30/40 minutos.

 

A meio deste tempo, aqueçam o forno a 170º. Passados o tempo de repouso, levem o bolo-pão ao forno durante uns 30/35 minutos, até estar bem tostadinho no topo.

 

Durante o tempo de cozedura, podem avançar com a cobertura. Misturem o queijo-creme, o açúcar em pó, o sumo e a raspa de limão e o leite, até estar tudo bem suave. Quando o bolo sair do forno, deixem arrefecer durante uns dez minutos e espalhem depois pelo topo esta cobertura, terminando com alguns pedaços de raspa de limão para lhe dar um ar ainda mais pomposo.

 

Aguentem a gula durante uma meia hora para não ficarem com dores de barriga e depois desenformem, cortem fatias generosas e lambuzem-se. Até o Sherlock ficou tentado...

 

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Bolo de limão e alecrim

Quem me conhece sabe que gosto de alegria no local de trabalho. E se não é possível consegui-la de outra forma, que seja com bolinhos. Sou jornalista e trabalho no meio online. Apesar de por ali nada ter que ver com estas andanças de comidinhas, gosto de testar receitas em reuniões. O açúcar ajuda a chegar às melhores ideias (ou pelo menos é disso que gosto de me convencer).

 

Os meus colegas agradecem e, de vez em quando, lá pedincham para que eu os transforme em cobaias. Porque estou mesmo a ir de férias, achei que devia fazer-lhes a vontade e, ontem à noite, fiz este bonito bolo de limão e alecrim.

 

O teste correu bem. O bolo já foi devidamente testado e aprovado. Podem confiar.

 

 

Ingredientes:

3/4 chávena manteiga (à temperatura ambiente)

1 chávena açúcar

2 c. sopa de sumo de limão

raspa de 1 limão

2 c. chá de extrato de baunilha

1/2 chávena de iogurte (usei iogurte grego ligeiro natural)

3 ovos

1 1/2 farinha

2 c. chá de fermento em pó

1/2 c. chá de sal

1 c. sopa de alecrim bem picado + um raminho para decoração

 

Cobertura:

1 chávena de açúcar em pó

3 a 4 c. sopa de sumo de limão

 

Primeiro, a forma: forrei com papel vegetal e untei com manteiga uma forma de bolo inglês. Se preferirem, podem fazer numa forma de buraco ou numa redonda, não fica menos saboroso por isso. Aqueci o forno a 175º.

 

Comecei por bater a manteiga com o açúcar até a mistura ficar fofinha. Juntei depois o sumo, a raspa de limão e a baunilha. De seguida, coloquei o iogurte e os ovos, um a um, e bati até a mistura estar bem ligada.

 

Depois disto, só falta juntar os ingredientes secos, ou seja, a farinha, o fermento em pó, o sal e o alecrim picado. Envolvi tudo bem e bati mais um minuto até estar tudo muito suave e apetitoso.

 

Agora, a magia é com o forno. 35 a 50 minutos a 175º. Já sabem que quando o palito sair limpo, é tempo de o tirar da cova. Deixei arrefecer na forma durante uns dez minutos e depois desenformei e deixei arrefecer completamente.

 

A cobertura é muito simples. Basta misturar o açúcar com o sumo de limão e colocar por cima do bolo, deixando os pingos mais marotos escorrerem pelos lados.

 

Só para ficar com um ar mais pomposo, coloquei um raminho de alecrim no topo.

 

 

Quanto mais ácida melhor

Aqui, a máxima deste nosso blogue não se aplica. Não a provemos quanto mais quente melhor, o título que roubámos ao filme de Billy Wilder. Comamo-la, isso sim, quanto mais fresca melhor, quanto mais ácida melhor.

 

É a acidez irremediável que caracteriza a tarte de limão que esta vossa amiga assina. Com aquele ácido de fazer fechar os olhos de quem a prova e não sabe ao que vai. É assim mesmo que ela se quer.

 

 

 

 

Ingrediente base: Limões. E cá em casa nunca há (quase nunca) episódios semelhantes ao que causou a ruptura às personagens de Jennifer Aniston e Vince Vaughn em «Separados de Fresco». Ela pede-lhe para levar para casa doze limões. Ele leva três. O resto é história.

 

Mas o homem cá de casa sabe bem seguir seguir indicações e traz (8 out of ten times) as compras certinhas.

 

Base de massa caseira, amassada com o vigor de tempos antigos. Recheio sem o habitual leite condensado que já ninguém dispensa na tarte de limão. Eu dispenso.

 

Cobertura do mais pomposo merengue, com picos a pedirem para ser arrancados. Uma delícia de amarelo radiante.