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Quanto Mais Quente Melhor

Doces com coração (e umas coisas salgadas pelo meio). Food porn descarado da cozinha (e das viagens) de uma jornalista doceira.

Tarte Tatin de Ruibarbo

Para quem nunca ouviu falar de Tarte Tatin, o termo refere-se a uma clássica sobremesa francesa, feita tradicionalmente com maçãs. A tarte é feita primeiro ao lume, onde a maçã (ou outras frutas) são caramelizadas. A fruta é depois coberta com massa folhada e o recipiente é levado ao forno. No final, este irresistível doce é desenformado, deixando no topo a fruta dourada com o molho de caramelo e no fundo a crocante massa.

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Porque uns lindos talos de ruibarbo se meteram no meu caminho, achei que não era má ideia usá-los como experiência numa tarte tatin. E o resultado deixou todos a salivar.

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Se antes era muito difícil encontrar ruibarbo em Portugal, agora já começa a não ser assim uma missão tão impossível. Há vários mercados e supermercados biológicos que vendem este vegetal (sim, não é um fruto) quando está na época e agora é a altura perfeita para o usar.

 

É amargo que se farta, e por isso é muito usado em sobremesas. A mistura com o açúcar torna-o numa espécie de limão da nobreza, trazendo aquele muito desejado ácido no meio de uma gulodice muito doce mas com outro nível de pinta, que o limão é coisa para estar sempre à mão e não parecer tão especial.

 

Ingredientes:

4 talos grandes de ruibarbo (bem lavados, extremidades cortadas, primeira capa descascada e cortados em pedaços de uns 3 cm)

1 base redonda de massa folhada de compra

1 chávena e meia de açúcar

60 gr. de manteiga

1 c. sopa de sumo de limão

2 c. chá de extrato de baunilha

1/2 c. chá de sal

 

Numa frigideira que possam depois levar ao forno, coloquem o ruibarbo, o açúcar, a manteiga, o sumo de limão, a baunilha e o sal. Levem ao lume e deixem que cozinhe em fogo alto, mexendo ocasionalmente até que tudo tenha sido derretido e a mistura comece a caramelizar (uns 5/7 minutos).

 

Retirem a frigideira do lume e, por cima do ruibarbo, coloquem o círculo de massa folhada, aconchegando as extremidades com a ajuda de uma colher, para que as pontas fiquem viradas para baixo e não para fora.

 

Levem ao forno pré-aquecido a 180º durante mais ou menos 30 minutos ou até que a massa esteja bem folhada, crocante e dourada.

 

Retirem do forno e desenformem de imediato. Comam esta maravilha de ruibarbo quente, morna ou fria com uma bola de gelado de baunilha generosa a escorrer por cima.

Semifrio de framboesa, água de rosa e pistáchio

Temos calor, não temos? Então é tempo de comer um docinho gelado. Para receber os dias de verão, nada melhor do que este semifrio com uma combinação de sabores diferente do habitual.

 

O pistáchio e a água de rosa levam-nos para os sabores das sobremesas do Médio Oriente (baklava, alguém gosta?). A framboesa, digo eu, fica bem em qualquer sítio e aqui anima a festa com o seu toque mais ácido.

 

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Ingredientes:

2 ovos

4 gemas

1/3 de chávena de açúcar + 2 c. sopa (para as natas)

1 chávena + 3/4 de chávena de natas

150 gr. de framboesas

2/3 de chávena de pistáchios (torrados, sem a casca e picados grosseiramente)

1 c. sopa de água de rosa para uso alimentar (é opcional mas faz toda a diferença)

 

Comecem por untar uma forma de rectangular comprida (de bolo inglês) com um pouco de manteiga e forrem-na com película antiaderente, deixando umas pontas compridas cair para fora da forma. A manteiga serve só mesmo para a película não fugir.

 

Levem uma tigela ao lume em banho maria os ovos, as gemas e o açúcar (o terço de chávena). Com o lume no mínimo e nunca deixando a água tocar no fundo da tigela, vão batendo com a batedeira durante 4 a 5 minutos até terem uma mistura cremosa e espessa. Retirem a mistura do lume e continuem a bater até que o fundo da tigela tenha arrefecido completamente.

 

À parte, batam as natas com as duas colheres de açúcar até obterem picos firmes. Cuidadosamente, envolvam as natas na mistura de ovos. Juntem depois os pistáchios, as framboesas e a água de rosas e envolvam novamente, com carinho para não darem cabo das framboesas.

 

Deitem a mistura para dentro da forma forrada. Tapem com as pontas caídas da película antiaderente e levem ao congelador até que fique firme. O ideal é fazer a receita no dia anterior a ser servida.

 

Quando quiserem servir, retirem a forma do congelador, esperem cinco minutos e desenformem para um prato, retirando a película. Cortem em fatias generosas e decorem com mais framboesas.