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Quanto Mais Quente Melhor

Doces com coração (e umas coisas salgadas pelo meio). Food porn descarado da cozinha (e das viagens) de uma jornalista doceira.

Laranja Mecânica da Serra da Estrela com um cheirinho a Ribatejo

 

 

Não há nada de violento no manjar de que vos vou falar mas há nele o mesmo efeito revolucionário que teve o filme de Stanley Kubrick que dá título a este post. Uma mistura tão simples com resultados tão extraordinários. Já foi há uns bons anos que descobri esta sobremesa coqueluche da Serra da Estrela e assugero que é de fazer corar de vergonha os vaidosos autores de sobremesas complexas.

 

Nada mais do que um requeijão lá do sítio (e para os que não conhecem, garanto que o mundo dos requeijões tem ali a sua abelha-mestra) coberto com uma camada reluzente e laranja de doce de abóbora. O primeiro já se encontra facilmente em qualquer supermercado. O segundo faz-se sem grandes problemas a partir da matéria-prima protagonista.

 

Lá para os lados de Seia há ainda a tradição de colocar nozes partidas por cima mas eu não sou exigente e fico-me mesmo pelo básico. O branco do requeijão, o laranja do doce e uma colher para os devorar.

 

Ora, impõe-se descortinar a pertinência deste post: a minha avó fazia o melhor doce de abóbora que já comi na vida, não há quem consiga chegar-lhe aos calcanhares. No entanto, e feita esta premissa, é também justo dizer que a caixa de compota brilhante que me fez chegar o meu pai, vinda directamente da cozinha ribatejana onde cresci, não passa qualquer tipo de vergonha no campeonato dos doces de abóbora.

 

E foi por isso que hoje o requeijão teve de vir para casa comigo. Só não sei quanto tempo por cá vai ficar. Calculo que não muito.

 

 

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