Paris...comme a Lisbonne
Sou tão freak da culinária que, quando viajo, em lazer ou trabalho, faço sempre pesquisa pelas lojas da especialidade antes de partir. Podem ser de tachos, panelas, de coisas para pastelaria. Outro desporto que me agrada é o de andar à caça de sítios onde melhor se come, preferencialmente não tendo de ir à falência só por lá ir.
No último fim de semana tive de ir a Paris em trabalho e claro que, no pouco tempo que tive livre, a agenda foi usada para os pontos acima.
Houve passeio pelo Marais com uma amiga que está a viver em Paris e um desvio para ir a uma loja de cozinha maravilhosa.
No Marais, tempo para um crème brûlée. Já comi melhor mas só por ter sido numa esplanada parisiense, perdoa-se qualquer falha no sabor.
Nas mesmas ruas estreitas do agora bairro trendy da capital francesa, passámos por uma montra de um pequeno estaminé acolhedor com as palavras "Comme a Lisbonne - Tasca" na vitrine. Parei para tirar uma fotografia e, lá de dentro, vem uma portuguesa com sotaque francês que cumprimenta a minha amiga. Ela já lá tinha estado uma vez com outra amiga e a dona do restaurante aparentemente é amiga da amiga. Portugueses em Paris são todos amigos, portanto.
Explica a senhora que o negócio nesta tasca da moda está a correr muito bem. Ao lado, há uma espécie de anexo, com montra virada para a rua, que alinha às dezenas pastéis de nata. O apelo à exportação da iguaria parece mesmo ter funcionado e já os levou a muitos sítios. "Vendemos 1700 a 1800 num dia de fim de semana", explica a dona do "Comme a Lisbonne".
O tal desvio para compras culinárias levou-me até um shopping em La Défense. Não tive tempo de ir às lojas tradicionais com panelas penduradas em Montmartre e fiquei-me pelo arco, pelo outro arco que não o do Triunfo. O Kitchen Bazaar, um franchising para geeks da cozinha com lojas em toda a França, tem tachos e panelas das marcas mais finórias, tudo o que possam imaginar para pastelaria e gadgets dos mais variados para usar na cozinha, e fez-me voltar a Portugal carregada.
Saí de lá com uma nova tarteira (estava a precisar de mais uma) que as que tenho já não chegam para dar conta do recado, com umas forminhas de papel para éclairs (ando com vontade de fazer coisas com massa choux), umas folhas para imprimir decorações comestíveis em bolos e biscoitos e um preparado para cobertura de chocolate que me pareceu dar jeito. Apetecia-me trazer mais mas não tinha mala para isso.
E depois, lá fui trabalhar, tratar da agenda principal da viagem.