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Quanto Mais Quente Melhor

Doces com coração (e umas coisas salgadas pelo meio). Food porn descarado da cozinha (e das viagens) de uma jornalista doceira.

Bolo de batata doce e coco

Há coisa que saiba mais a outono de que a batata doce? Ok, as castanhas talvez levem o prémio de primeiro lugar para casa. Mas, vá, a batata doce está pelo menos no top cinco de coisas outonais para se comer.

 

Tinha umas grandes, gordas e biológicas batatas doces à espera que lhes fizesse alguma coisa. É certo que só assadas ficariam maravilhosas mas achei que podiam contribuir para um bolinho janota. Ao sabor da batata doce juntei um resto de verão e trópicos com o coco. E foi isto que saiu.

 

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Ingredientes:

500 gr. de batata doce assada no forno, descascada e cortada em pedaços (basta levá-la ao forno a 180º num tabuleiro forrado com papel de alumínio até a sentirem macia ao espetarem um garfo)

3 ovos

1 chávena e meia de açúcar

1chávena e um quarto de farinha

1 colher de sobremesa de fermento em pó

1 chávena de coco ralado

200 ml. de leite

80 gr. de manteiga derretida

 

Comecem por aquecer o forno a 180º. Untem com manteiga uma forma de buraco e separem as claras das gemas dos ovos.

 

Num liquidificador coloquem as gemas, o açúcar, a manteiga e o leite. Triturem uma primeira vez. Juntem depois a batata doce e triturem até obterem uma pasta homogénea.

 

Passem a pasta para uma tigela e adicionem a farinha, o fermento e o coco. Envolvam até estar tudo ligado mas sem bater muito. À parte, batam as claras em castelo e juntem-nas à massa, envolvendo delicadamente.

 

Coloquem a massa na forma e levem ao forno por cerca de 40 minutos ou até um palito sair limpo do centro do bolo. Se começar a escurecer muito no topo durante a cozedura, tapem-no com papel de alumínio.

 

Desenformem a vossa bonita obra e polvilhem-na com açúcar em pó para que fique mais mimosa ainda.

 

O resultado é um bolo com uma consistência a fazer lembrar a de um pudim, perfeito para acompanhar uma chávena de chá quente nestas primeiras tardes de chuva da estação.

 

 

 

 

"Filhoses aldrabadas" #sapoamesa

Os que me conhecem sabem que sou uma espécie de Batman culinário. Não, não sou uma multimilionária arrogante durante o dia e uma justiceira quando o sol se põe mas sou jornalista no SAPO a maior parte do tempo e doceira no tempo que o tempo me permite. Isto para fazer o disclaimer que sou da casa e que o convite feito pelo SAPO este Natal não chega por acaso.

 

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Ora, para celebrar a chegada do Natal, o SAPO desafiou um conjunto de bloggers a fazer receitas fáceis para a consoada - daquelas que não dão muitas dores de cabeça e nos deixam saborear um copo de vinho ainda acordados e não com a cabeça a pender para a mesa de todo o trabalho que o Natal nos deu.

 

Tentei encontrar coisas realmente fáceis e que, na verdade, não são assim tão natalícias mas servem o propósito.

 

A primeira receita foi publicada ontem. Dei-lhe o nome de filhoses aldrabadas só porque tenho a mania que sou engraçadinha. E, sim, tenho a perfeita noção de que não tem nada que ver com os tradicionais fritos de Natal mas o meu palato e o meu nariz associam o aroma (a açúcar e canela) e a textura (crocante por fora, macia por dentro) aos doces que se comem por esta altura.

 

Podem espreitar o vídeo com a receita AQUI.

 

Ainda fiz mais uma coisa boa. Vão dando um salto por aqui nos próximos dias.

Bolo de batata doce com merengue tostado

É tão bonito que até faz doer os olhos, este bolo de batata doce suculento com uma cobertura de merengue tostado digna dos de sangue azul. Podíamos fazer só o bolo sem a cobertura? Podíamos. Mas é o merengue que torna isto numa coisa majestosa em vez de se ficar apenas pelo estatuto de bolinho húmido para comer a acompanhar café.

 

Não é a receita mais simples do mundo (é preciso dar alguns passos) mas está ao alcance de todos os que tenham alguma paciência e um bocadinho (pequenino) de talento. A origem é do blog Smitten Kitchen e levou depois algumas alterações.

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Ingredientes:

(Para o bolo)

2 batatas doces grandes (ou 3 médias)

2 chávenas (250 gr) de farinha

2 c. chá de fermento em pó

1/2 c. chá de sal

1 c. chá de canela em pó

1/4 c. chá de gengibre em pó

1/2 chávena (115 gr.) de manteiga à temperatura ambiente

1 chávena (190 gr.) de açúcar amarelo

1/2 c. chá de extrato de baunilha

2 ovos grandes

 

(Para o merengue)

3 claras de ovo grandes

3/4 chávena de açúcar

1 pitada de sal

1/4 c. chá de vinagre ou sumo de limão

1/2 c. chá de extrato de baunilha

 

Primeiro que tudo, e podem fazer isto no dia antes de fazerem o bolo, é preciso assar as batatas. Coloquem-nas num tabuleiro forrado com papel de alumínio, piquem-nas com um garfo e levem-nas ao forno a 180º durante mais ou menos 45 minutos ou até estarem macias. Virem-nas uma ou duas vezes durante o processo para assarem uniformemente. Deixem que arrefeçam completamente. Podem guardá-las no frigorífico até ao dia seguinte, se der jeito.

 

Para o bolo, aqueçam o forno a 175º, forrem uma forma quadrada com papel vegetal e untem com manteiga. A seguir, descasquem as batatas doces e passem-nas por um passe vite ou, muito melhor, por um daqueles esmagadores de batata que se usam para fazer puré. Reservem o puré numa tigela. Não as triturem num robô de cozinha porque o resultado não vai ser o mesmo.

 

Noutra tigela, misturem a farinha, o fermento em pó, o sal, a canela e o gengibre. Ainda noutra tigela (esta receita deixa muitas tigelas para lavar) batam a manteiga com o açúcar louro com uma batedeira, até que a mistura fique leve e fofa. À mistura de manteiga e açúcar adicionem os ovos e a baunilha e batam até estar tudo envolvido.

 

Chega a hora de juntar a batata doce. Meçam uma chávena e meia do puré de batata e juntem à mistura anterior. Por fim, misturem os ingredientes secos até não sobrar qualquer pozinho. Se sobrar alguma batata, comam à colherada num momento de gulodice.

 

Coloquem a massa na forma, espalhando com uma espátula para ficar direitinha e levem ao forno durante 30/35 minutos, até um palito sair limpo do centro. No final, desenformem e deixem arrefecer completamente.

 

Entretanto, vamos ao merengue. Coloquem as claras, o açúcar, o sal e o vinagre ou sumo de limão numa tigela de vidro. Levem a tigela ao lume em banho maria (um lume muito gentil) e, enquanto está no lume, batam a mistura com uma batedeira durante uns três minutos, até que o açúcar tenha sido completamente dissolvido e as claras tenham aquecido. Nesta altura, retirem a tigela do lume e continuem a bater durante uns 5/7 minutos até o merengue estar bem sólido e brilhante. Misturem a baunilha e envolvam bem.

 

Estamos quase no fim. Falta só a decoração. Se não quiserem ser mariquinhas e usar um saco de pasteleiro, podem simplesmente colocar o merengue no topo do bolo com uma espátula e fazer uns picos meio irregulares. Eu coloquei uma primeira camada fininha com a espátula para que o restante merengue aderisse e depois usei um saco de pasteleiro para deixar a coisa com um ar mais armado ao pingarelho.

 

Finalmente, chegamos à parte de libertação de stress de todo o processo. Com um maçarico de pastelaria, tostei o merengue com movimentos suaves,  não encostando muito a chama para não queimar demasiado.

 

E pronto, depois disto tudo têm mais do que direito a comer imediatamente. O trabalho foi mais do que suficiente.

 

Uma nota final: Se não o quiserem fazer em casa, ele está na nossa ementa de encomendas gulosas.