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Quanto Mais Quente Melhor

Doces com coração (e umas coisas salgadas pelo meio). Food porn descarado da cozinha (e das viagens) de uma jornalista doceira.

Tarte Bakewell (de amêndoa e compota de morango)

Esta tarte é coisa comum nas montras britânicas. Nasceu na região de Derbyshire mas vende-se por todo o país em várias versões: há pequeninas para um momento solitário de gulodice, há grandes para cortar à fatia, há com e sem cobertura de açúcar ou com vários tipos de compota.

 

A base de massa doce abre caminho para uma camada de compota e, por cima, a massa frangipane (feita com amêndoa moída, manteiga, ovos e açúcar) cobre a cor rosa do doce. A terminar, amêndoas laminadas.

 

Eu fiz a minha para partilhar em fatias de camadas perfeitamente alinhadas e usei a compota de morango que tinha feito há uns dias.

 

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Ingredientes:

(Para a base)

175 gr. de farinha

75 gr. de manteiga fria cortada aos cubos

30 gr. de açúcar em pó

2 a 3 colheres de sopa de água bem fria

 

(Para o recheio)

125 gr. de manteiga

125 gr. de açúcar

125 gr. de amêndoa moída

1 ovo batido

50 gr. de amêndoa laminada

4 a 5 colheres de sopa de compota de morango (o suficiente para cobrir generosamente o fundo da tarte)

 

Comecemos pela massa: numa tigela, coloquem a farinha, o açúcar em pó e a manteiga e, com as pontas dos dedos, vão esfregando tudo até terem uma mistura parecida com migalhas. Juntem depois a água e misturem com as mãos até tudo ficar bem unido.

 

Estendam a massa numa superfície enfarinhada e forrem com ela uma tarteira de 20 cm previamente untada com manteiga. Levem a tarteira ao frigorífico por 30 minutos.

 

Entretanto, aqueçam o forno a 180º. Quando os 30 minutos tiverem passado, é tempo de cozer a massa sem recheio. Retirem a forma do frigorífico, coloquem papel de alumínio ou papel vegetal por cima da massa e, no topo do papel, feijões secos (ou se tiverem aquelas pedrinhas que se compram nas lojas de pastelaria, usem-nas). Este processo impede que a massa cresça no centro durante a cozedura.

 

Levem a tarteira ao forno durante 15 minutos. Passado este tempo, retirem os feijões e o papel e coloquem a massa de novo forno por mais 5 minutos, até começar a tostar. Retirem e deixem arrefecer.

 

Enquanto isso, vamos ao recheio. Derretam a manteiga, juntem-lhe o açúcar e mexam até estar dissolvido. Adicionem depois a amêndoa moída e o ovo batido e envolvam bem.

 

Com a massa já fria, espalhem a compota no fundo da tarteira. Cubram depois com a massa de amêndoa (se ficar um bocadinho de compota a espreitar de lado não há mal algum).

 

Por fim, espalhem as amêndoas laminadas no topo e levem de novo ao forno por cerca de 35 minutos. Se as amêndoas começarem a tostar demais antes do tempo, cubram a vossa tarte com papel de alumínio.

 

Retirem a tarte do forno, deixem que esfrie por uns 15 minutos e só depois devem desenformá-la.

 

Saboreiem-na com um muito britânico chá preto (ou com qualquer bebida portuguesa que vos apeteça mais, ninguém vos leva a mal).

Compota de morango (com vagem de baunilha)

Estamos a chegar à melhor altura dos morangos e, apesar de ainda não termos atingido o pico, arranjei uma caixa tão linda com uns tão vermelhos que tive de aproveitar para os transformar em compota.

 

Fazer compota não tem muito que saber. É só ter cuidado para não nos esquecermos dela ao lume e não saltar o passo da esterilização dos frascos (porque sim, isso faz a diferença na durabilidade do doce).

 

No fim de contas, é só açúcar com fruta e mais uns pozinhos. A vagem de baunilha dá um aroma ligeiramente diferente a esta compota tradicional de morango.

 

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Ingredientes:

1,5 kg de morangos (lavados, com os pés retirados e cortados aos pedacinhos)

1 kg de açúcar (podem roubar um pouco mas eu gosto desta proporção)

1 vagem de baunilha (cortada ao meio e com as sementes raspadas, que também devem ir para a compota)

Sumo de meio limão

 

Levem todos os ingredientes ao lume num tacho de fundo pesado. Quando a mistura começar a ferver, baixem o lume e deixem que cozinhe em lume brando até estar bem apurada (mais ou menos uma hora, uma hora e meia).

 

Um bom teste para saber quando está no ponto é colocarem uma colherada num prato arrefecido no frigorífico, esperarem uns segundos e passarem com um dedo no meio. Se a compota não voltar a unir-se está pronta. Lembrem-se sempre que a mistura fica mais espessa depois de fria.

 

Enquanto a compota cozinha, esterilizem os frascos. Coloquem os frascos e as tampas numa panela com água e levem ao lume. Deixem que fervam durante uns 15 minutos. Depois, retirem os frascos e virem-nos ao contrário sobre um pano de cozinha limpo até secarem.

 

Quando a compota estiver pronta, retirem a vagem de baunilha, encham os frascos, fechem-nos bem e virem-nos ao contrário. Esperem que a compota arrefeça completamente até os voltarem a virar. Este processo ajuda a criar vácuo no interior do frasco, o que vai garantir a frescura da compota por muito tempo.

 

Depois, comam-na com pão, tostas ou da forma mais gulosa, à colherada.

 

Tarteletes de Compota (com a que bem vos apetecer)

Só me faltaram o cestinho de piquenique e o vestido de xadrez para completar o cenário ao lado destas Tarteletes de Compota. Receitas de tarteletes semelhantes a estas não faltam. Usei como base uma receita de uma revista que andava lá por casa e, claro, fiz umas aldrabices à Quanto Mais Quente Melhor para, no fim, ficar com o resultado que veem aqui em baixo.

 

A boa notícia é que, para as poderem devorar, só têm de ter um bocadinho de paciência para fazer e estender a massa (pouca, nada de mais). Sim, fiz batota e usei compotas que tinha lá para casa já feitas, que a vida é curta de mais.

 

Mas valem o sacrifício...

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Ingredientes:

250 g de farinha (mais alguma para estender a massa)

250 g de açúcar em pó

125 g de manteiga (fria, cortada aos cubos)

1 pitada de sal

1 ovo grande

Raspa de uma laranja, limão ou lima (é à vontade do freguês)

Compota a gosto (1 c. chá cheia por tartelete, usei de morango, alperce e lima/limão)

 

Eu adoro o meu robô de cozinha, dá um jeitão para estas massas que parecem complicadas mas que afinal só precisam da ajuda dele. Comecem por atirar para dentro do robô a farinha, o açúcar, a manteiga e o sal. Liguem a máquina até terem uma mistura com a aparência de migalhas. Nesta altura, coloquem lá dentro a raspa (no meu caso, de laranja) e o ovo. Liguem novamente o robô até a massa começar a unir-se. Se acharem que está demasiado seca, juntem um pouco de leite. A minha não precisou, estava no ponto.

 

Depois disto, a massa precisa de descansar uns 30 minutos no frigorífico. Passado esse tempo, aqueçam o forno a 180º e untem formas de tarteletes com manteiga. Eu tenho duas, uma com 12 orifícios e outra com seis, mas usei também umas forminhas de pastel de nata. Uma forma de muffins também serve. Se tiverem só uma, não há problema, basta cozerem as tartes em várias fornadas.

 

Tirem então a massa do frigorífico e estendam-na com o rolo da massa sobre uma superfície enfarinhada até ter mais ou menos meio centímetro de espessura. Depois, com um cortador de bolachas redondo, ligeiramente maior do que os orifícios das formas, cortem círculos na massa. Com jeitinho, coloquem-nos nas forminhas e vão enchendo um a um com uma colher de chá da vossa compota favorita.

 

Ora finalmente, é tempo de cozer as pequenas no forno durante cerca de 15 minutos, até a compota estar a borbulhar e a massa estar bem dourada.

 

No final, retirem-nas do forno, deixem que arrefeçam nas formas durante uns 15 minutos e, depois, com cuidado, desenformem-nas. No fim disto, provadas as tarteletes, garanto que toda a gente vos vai dar o prémio de melhor dona de casa do bairro (ou dono de casa, que homem também tem direito).

Biscoitos amanteigados com compota

Massa de biscoito amanteigada e crocante e compotas à escolha do freguês a tornar estes docinhos numa jóia. Que mais se pode pedir de uma guloseima para acompanhar um chá?

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Estes biscoitos são muito parecidos com as nossas comuns areias mas levam uma covinha para receber as melhores compotas que andarem a rebolar lá por casa. Se quiserem ser muito perfeccionistas podem fazer compota de propósito para a receita mas eu não fiz mais do que usar os doces de framboesa, alperce e abóbora que tinha arrumados a pedirem para ser devorados.

 

Sem formas nem processos complicados para estender a massa. O processo é tão rústico como fazer bolinhas, achatá-las e abrir um espacinho no meio para o ouro em forma de doce de fruta que dispara esta receita até ao céu das coisas boas.

 

Ingredientes:

225 g de manteiga à temperatura ambiente

2/3 chávena de açúcar

2 gemas de ovo

1 c. chá de extrato de baunilha

2 chávenas de farinha (usei com fermento mas podem usar sem)

1/2 c. chá de sal

Mais ou menos 170 g de compota à escolha

 

Aqueci o forno a 175º e forrei um tabuleiro com uma folha de papel vegetal.

 

Bati a manteiga e o açúcar com uma batedeira até estar tudo leve e fofo (2 a 3 minutos). Juntei as gemas e a baunilha e bati novamente. Misturei o sal com a farinha e fui adicionando aos poucos à mistura anterior até formar uma bola (este passo final fiz com uma colher de pau e depois com as mãos, não com a batedeira).

 

Coloquei a massa no frigorífico coberta com película aderente durante uns 15 minutos. Arrefecê-la vai fazer com que os biscoitos fiquem mais areados quando forem cozidos.

 

Retirei a massa do frigorífico e fui formando bolinhas que coloquei no tabuleiro com algum espaço entre si, já que vão abrir um bocadinho no forno. Depois, basta achatar levemente cada uma das bolinhas e, com o polegar, fazer uma covinha no meio da massa. Os americanos chamam-lhe "thumbprint cookies" precisamente por causa deste último requisito.

 

Agora, é tempo de os levar ao forno durante 8 a 10 minutos, apenas até começarem a ficar dourados. Por esta altura, retirem-nos do forno para colocar as compotas. Se as covinhas estiverem pouco acentuadas voltem a dar-lhes forma com uma pequena colher (ou o polegar, se aguentarem o calor). Em cada biscoito, coloquem mais ou menos 1/2 colher de chá de doce. Levem de novo ao forno durante 3 a 4 minutos e estão prontos. A compota deve ter derretido um pouco e os limites dos biscoitos devem estar bem dourados. 

 

O meu tabuleiro é bastante grande e tive de repetir este processo três vezes. Entre fornadas fui colocando a massa no frigorífico. Se preferirem podem colocar dois tabuleiros ao mesmo tempo no forno mas eu acho sempre que os biscoitos não ficam uniformes se tentar apressar o processo.

 

Deixem arrefecer no próprio tabuleiro ou numa grelha e depois provem, provem até dar cabo deles.